Por Joedson Telles
Mais um político, docemente, coloca em xeque a exclusividade do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe, mas conhecido como Sintese, em ter sua gênese exclusivamente para fazer a defesa dos professores. O deputado estadual Gilmar Carvalho (SDD), em seu programa de rádio, na Ilha FM, ecoou, na manhã desta quinta-feira 29, uma frase que vem se tornando comum no meio político, sobretudo na boca do vereador Agamenon Sobral (PP), quando parte para cima de professores que faltam ao trabalho nas escolas públicas de Aracaju: “O Sintese é comitê eleitoral”.
Para os parlamentares, em outras palavras, o nobre papel de sindicato se confunde com a preocupação com o êxito de campanhas políticas, visando mandatos – sobretudo na esfera do legislativo. As alfinetas, evidente, têm alvos certos e conhecidos: a deputada estadual Ana Lúcia e o vereador Iran Barbosa – ambos petistas e ex-presidentes do Sintese.
Difícil, porém, é saber qual a categoria que não quer ter força suficiente para eleger representes não apenas no Poder Legislativo, mas até no Poder Executivo. Indo mais longe, o sindicato que mesmo tendo como eleger seus próprios pares opta pela terceirização está mesmo preocupado com as bandeiras do trabalhador que lhe sustenta?
O problema, se é que existe, repousa bem mais no comportamento dos políticos eleitos com o apoio do Sintese – ou de qualquer outro sindicato. A questão é saber: os mandatos estão a serviço dos filiados? Sendo direto: Ana Lúcia e Iran Barbosa usam seus mandatos para defender os professores?
É imprescindível que não apenas Giilmar e Agamenon, como outros políticos legitimados para ajuizar, saliente-se, tornem público este precioso detalhe: Ana e Iran carregam as bandeiras dos professores? Justificam suas eleições? Ou dão de ombros? Pessoalmente, vejo como injustiça sonegar que ambos respiram a causa. Lógico que, a exemplo dos demais mortais, ambos comem lá seus erros no exercício do mandato. Entretanto, ao final dos quatros anos, é possível dizer que foram importantes, úteis aos professores como poderiam ser? Merecem continuar com a missão? Responder a tais indagações com argumentos irrefutáveis soa a melhor parte do debate.