Por Joedson Telles
Tropeço em argumentos pífios jogados nas redes sociais a velar o governo Bolsonaro, imaginem, pela ideia execrável de passar a faca em verbas destinadas às universidades. É o fim da picada. Transitam pela contramão das manifestações espontâneas de políticos sergipanos que, independente da sigla partidária, estão saindo em defesa da UFS – cuja importância ímpar do trabalho acadêmico é de conhecimento de todos.
Quer manter a coerência e defender o governo que ajudou a eleger? Tudo bem. Vá em frente. É democrático. Todavia, soa insanidade não discernir quando a vaidade de não admitir equívocos deste mesmo governo ultrapassa limites do bom senso, atingindo o coração do coletivo.
A coerência é traço imprescindível no exercício da cidadania. Não se discute. Mas jamais pode superar a responsabilidade em torno da obrigação de priorizar constantemente os verdadeiros interesses da Nação. E o que pode ser mais importante que educação e saúde para um povo? Aliás, a Constituição socorre neste momento.
E não adianta almas carentes se agarrarem ao frágil argumento que é melhor para o País investir em educação básica, evolvendo a camada de baixo da população. Não gênios. Mil vezes não. Melhor investir em todos os níveis da educação.
Quem governa um país com tantos problemas, cuja imoral carga tributária massacra o trabalhador sem lhe garantir o retorno em serviços com qualidade, a mínima obrigação é jamais cortar dinheiro de áreas como educação e saúde, cuidando para não agravar ainda mais a doença.
Lógico que é preciso usar o dinheiro com responsabilidade no que, de fato, é importante. Fiscalizar cada centavo. Mas cortar verbas? Jamais. Quer investir em educação básica? Perfeito. Mas busque os recursos em outras fontes, não na própria educação.
Um país que, historicamente, torra o dinheiro público em coisas imorais, como, por exemplo, CCs desnecessários e obesos e diárias idem – e que ainda permite que dinheiro público suado escorra pelo ralo da corrupção – jamais pode justificar corte de recursos na área da educação. Não tem moral pra isso. Pensar diferente só expõe a falta de lucidez dos que defendem algozes das universidades.