Por Luiz Sérgio Teles
“Fábio tem a oportunidade de fazer diferente. Se optar por isso, terá em Marcos Oliveira um crítico construtivo. Mas, se ele desrespeitar o parlamento e vier pra cima feito um trator, pense que ele vai encontrar um topo firme, de raízes fincadas no meio do terreno democrático dos debates e embates.” As frases são do próprio deputado estadual eleito, Marcos Oliveira, que concede entrevista ao Universo, neste domingo, dia 13, e fala ainda da sua expectativa quanto ao mandato de deputado, do futuro do seu líder, Valmir de Francisquinho, e faz um balanço das eleições 2022 para o Governo do Estado. “Sergipe sofreu o maior golpe político de sua história”, resume, assegurando que “tomaram na tora” a eleição de Valmir.
Qual o balanço que o senhor faz do processo eleitoral deste ano?
Sergipe sofreu o maior golpe político de sua história. Este foi um ano eleitoral no qual a transformação da velha política de Sergipe esteve na pauta do dia. E se não fossem tantas armações e movimentações nos bastidores e nos tapetões da vida, a mudança teria acontecido com a eleição de Valmir de Francisquinho para o governo de Sergipe. Mas se engana quem achar que esse movimento, esse desejo de mudança, foi abafado e acabou com a eleição de Mitidieri. A política tradicional, atrelada a personagens de marketing não é mais viável, prova disso é o primeiro turno das eleições deste ano. As condições que já esclareci impediram a mudança de acontecer esse ano. Mas as transformações estão acontecendo, por conta de um desejo popular, que é legítimo e que se realizará, ano após ano, eleição após eleição; pode anotar isso. Costumo dizer que não há nada mais forte do que uma ideia que está em seu momento, em seu tempo de acontecer. E a ideia da mudança, ainda que não tenha se concretizado nesta eleição, seguirá como o maior legado que as eleições desse ano deixarão para nosso povo.
Qual a sua expectativa para assumir o mandato de deputado estadual?
É uma expectativa muito boa, mas também de muito pé no chão, de muita humildade. Eu venho de um histórico de vida, pessoal e familiar, de muito trabalho. Venho das feiras livres, venho de uma luta muito grande pra buscar um espaço na vida profissional, de uma formatura em Direito pela universidade pública, a UFS, de seis anos de vivência na Alese como assessor, de dois mandatos de vereador e uma experiência como presidente da Câmara de Itabaiana. Tudo isso me faz refletir sobre a transitoriedade de cargos, sobre o quanto não se trata do que Marcos pensa, mas sobre o quanto a população deposita a sua confiança em seus representantes. E cabe a gente não falhar em relação a essas expectativas. E como não há perfeição, a forma de se acertar ao máximo é ouvindo ao máximo, é sendo ponderado, mas também é defendendo de forma intransigente aquilo que se acredita. E eu acredito que posso ser uma voz do povo na Alese, mas uma voz ativa, contundente, com a força dos argumentos a serviço da melhoria da vida do povo. E para se conseguir fazer um bom trabalho no parlamento, humildade é essencial. E isso eu tenho e colocarei em prática a cada dia do meu mandato.
Quais as principais bandeiras que o senhor defenderá, ao longo do mandato?
Uma delas eu já coloquei durante a campanha, que é a criação da Região Metropolitana do Agreste de forma a se captar recursos e se realizar investimentos com base em três eixos: infraestrutura, responsabilidade ambiental e geração de empregos. A reavaliação da tarifa da Deso de 80% nas costas do povo sofrido será também amplamente discutido. O desenvolvimento do turismo em nosso Estado merece destaque de verdade nas discussões. Vejo a questão do transporte público como sendo uma responsabilidade da Casa dos debates sergipana também, entendo que todos os serviços públicos precisam passar por um pente fino na Alese, com discussões sérias e aprofundadas. E como fui eleito pela oposição, entendo que o meu papel é cobrar, de forma responsável, mas também de maneira muito intensa, que o governo eleito dê as respostas que a população aguarda dele. Penso que, em linhas gerais, esse é o nosso caminho, o nosso norte. Mas o parlamento é muito dinâmico e eu me sinto pronto para encarar os desafios que forem surgindo, sem abandonar as nossas linhas gerais para o mandato, mas sem também estar engessado, podendo abrir debates sobre qualquer temas que surgirem ao longo dos próximos 4 anos.
Sobre o posicionamento na Assembleia, será mesmo de oposição?
De maneira clara, cristalina e verdadeira. Sem ódios, sem perseguições, mas com muita disposição e ênfase no papel que a população escolheu para mim. E ainda digo mais: será a minha primeira experiência, afora uma breve hiato em Itabaiana, em que serei oposição. E a população pode me cobrar justamente uma oposição responsável, mas muito ativa e combativa. Não tenha dúvida disso.
O que o senhor espera do governador eleito, Fábio Mitidieri? Mais embates ou um diálogo permanente?
Espero que ele respeite a própria história, já que ele vem do Legislativo. Se é assim, que ele venha para o diálogo, e que reconheça a importância do parlamento na aprovação e na fiscalização das políticas públicas. Fábio tem a oportunidade de fazer diferente. Se optar por isso, terá em Marcos Oliveira um crítico construtivo. Mas se ele desrespeitar o parlamento e vier pra cima feito um trator, pense que ele vai encontrar um topo firme, de raízes fincadas no meio do terreno democrático dos debates e embates. Depende, na verdade, mais da posição do governador do que dos parlamentares, e isso é um fato – e temos visto essa situação agora no contexto da Prefeitura de Aracaju e sua respectiva Câmara Municipal.
Qual a sua avaliação sobre o futuro político do líder do seu agrupamento, Valmir de Francisquinho? Ele deve ria disputar a Prefeitura de Aracaju, no próximo pleito?
Não diria apenas Aracaju, mas a própria Itabaiana, Socorro, Lagarto, Estância, Propriá, Tobias… enfim, qual a cidade sergipana cujo povo conheceu a Itabaiana que era e a Itabaiana atual, após os 8 anos de gestão de Valmir, que tem sido brilhantemente continuada por Adailton Sousa, que não desejaria ter um administrador qualificado como Valmir? A gente brinca que se trata da Escola Valmir de Francisquinho de Gestão, algo que pegou a ponto de outros municípios buscarem Itabaiana como referência e fez a população dar essa resposta à Valmir nas urnas, com essa votação espetacular no 1° turno. Agora, com sua elegibilidade finalmente devolvida, após tantas injustiças que ele sofreu, acredito que Valmir está preparado para qualquer desafio que a população deseje que ele enfrente. E quem conhece Valmir sabe que ele gosta de encarar desafios, que é um homem que o trabalho é um combustível que o faz trabalhar ainda mais e que a sua fé é inabalável. O futuro político de Valmir é, na minha modesta opinião, um dia governar Sergipe. E isso será uma benção para o nosso Estado. Já era pra ser a partir do início do ano que vem. Mas tomaram na tora. Só que Deus é quem sabe de todas as coisas. Mas eu garanto uma coisa: não adianta tentarem desmerecer e nem diminuir Valmir, pois ele está no coração das pessoas não pelo que ele falou, prometeu ou discursou, não por posicionamentos políticos disso ou daquilo. Valmir conquistou o povo sergipano pela qualidade do que ele fez em Itabaiana. E isso não se apaga. Por isso que o futuro dele na política é seguir fazendo o que o povo deseja e precisa: um trabalho qualificado em prol da coletividade.