Por Joedson Telles
O governador Fábio Mitidieri voltou a externar que não vê problema em uma oposição propositiva ao seu governo, mas reprova quem apenas critica sem apresentar soluções.
Nada mais trivial partindo de um governador jovem que tenta fazer uma gestão moderna. Todavia, a política precisa deste tipo de declaração oriunda de um chefe do Poder Executivo.
Primeiro, que, ao aceitar uma oposição propositiva, o governador mostra que não quer o lixo escondido pelo tapete. Ele, indiretamente, deixa evidente que também quer “governar com adversários políticos”, filtrando, obviamente, juízos para manter a coerência do seu projeto para Sergipe.
Lamentavelmente, ainda temos uma cultura nociva de aliado nem sempre ter a coragem de apontar os erros do governo, sobretudo quando ocupa um cargo neste mesmo governo.
Daí a perspicácia do governador quando não descarta uma crítica adversária que dá carona a uma possível solução para o problema apresentado. Aliás, é preciso grandeza para, portando a caneta cheia, admitir que dá atenção aos adversários.
O segundo ponto diz respeito à necessidade real de a oposição fazer apenas a crítica, deixando a missão de encontrar as respostas a critério do governo.
Houve um tempo em que nem se discutia a necessidade de uma oposição, mesmo que fosse apenas para fazer barulho. O “cidadão comum”, por não ter espaço na imprensa – e nem uma tribuna no Poder Legislativo -, tinha no político da oposição seu representante.
É evidente que a oposição ainda presta este tipo de serviço, e tem grande importância. Todavia, não se pode deixar de reconhecer que, com as redes sociais, o “cidadão comum” não é mais 100% dependente.
Hoje, qualquer pessoa, no mínimo, tem uma página própria no Instagram e faz parte de alguns grupos no WhatsApp. Despejam suas emoções nas redes à vontade. Muitos se excedem, é verdade. Mas é inegável o ganho social com todos tendo voz. Aliás, alguns vão além das críticas: como sugere o governador, também apontam saídas. É só prestar atenção.