Por Joedson Telles
Candidatos a prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira e Valadares Filho reiniciam suas campanhas nas próximas horas. Entre as táticas a serem usadas neste segundo turno para chegar à sonhada vitória, no dia 30 de outubro, merece destaque a expectativa que nutrem de conquistar os votos dos eleitores que não votaram em nenhum dos dois no primeiro turno – sobretudo as pessoas que optaram por um dos candidatos derrotados. Levando-se em conta o empate técnico do primeiro turno, ninguém quer se permitir ao luxo de deixar escapar um votinho sequer.
O primeiro passo da ginastica é conversar com os próprios candidatos derrotados e apostar na transferência de votos – algo nunca descartado em se tratando de eleição. Porém, como em tudo na vida, há o lado complicado da história. João Alves, até pela animosidade DEM x PC do B, tem caminho livre para apoiar Valadares Filho – de forma aberta ou não. Aliás, creio que seu eleitorado, em sua maioria, migra por osmose para Valadares Filho.
O problema são os demais candidatos derrotados. Pegue-se as críticas (em certos casos agressões) dirigidas no primeiro turno aos alvos Edvaldo e Valadares Filho e tem-se a indagação a inquietar: como arrumar palanque para Dr Emerson, Vera Lúcia, Sônia Meire e, sobretudo, para João Tarantela? Procura-se coerência, não?
Os candidatos Edvaldo e Valadares, ou melhor, seus marqueteiros, precisam adotar estratégias que não dependam da suposta liderança dos candidatos derrotados. Precisam levar a mensagem diretamente ao eleitor. Persuadi-los que os discursos dos adversários de ontem (de hoje?) não condizem com a realidade, e, assim, seus clientes merecem, sim, o voto para governar Aracaju. Eis o desafio.
Caso contrário, melhor descartar essa faixa do eleitorado via candidatos derrotados. A tese alternativa seria se preocupar em manter os votos conquistados no primeiro turno, partir para conquistar votos do adversário direto no segundo e apostar na gama de indecisos.
O eleitor “já garantido”, que de garantido não tem nada, diga-se, pode não ver com bons olhos adesões à aliança de políticos que, até ontem, se diziam adversários, alguns com postura radical de inimigo, e pular fora. Político costuma engolir sapos sem perder o sorriso. O eleitor não. E o tiro pode acertar o dedão. Passou incoerência, pode muito bem perder votos.
O eleitor, em sua maioria, é tido como pueril pelos políticos. E não deixa de ser. O que pega, todavia, é que, “quando cisma”, este mesmo eleitor se torna esperto além da conta. E, em tempo de redes sociais, subestimar inteligência é terreno minado. Exagero? Nada. Nas eleições de Aracaju, registrou-se quase 140 mil votos brancos, nulos e abstenções. Quer mais? Dá só uma olhadinha na eleição para a Câmara Municipal de Aracaju. A turma do “mimimi” chama de palhaçada. Prefiro anexar ao juízo exposto.