O governador Belivaldo Chagas reuniu-se, na manhã desta sexta-feira, dia 11, com o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e com o arcebispo metropolitano, Dom João José Costa, para tratar do projeto de criação de uma rota que resgate a história de Irmã Dulce em Sergipe. A ideia é possibilitar um roteiro entre Aracaju, primeira cidade do país a ter uma paróquia que leva o nome da freira, localizada no bairro 17 de Março, e São Cristóvão, onde Dulce iniciou sua vida religiosa. Irmã Dulce será canonizada, neste domingo, dia 13, em missa celebrada pelo papa Francisco, no Vaticano.
Para o governador a criação de um roteiro de peregrinação entre a capital sergipana e a quarta cidade mais antiga do Brasil possibilitará que pessoas do estado, do Brasil e do mundo visitem Sergipe para conhecer um pouco mais da história da futura santa brasileira. “Em uma ação conjunta entre o Governo do Estado, Prefeitura de Aracaju e Prefeitura de São Cristóvão, vamos trabalhar para que no próximo 13 de agosto de 2020, ano que também completamos 200 anos de emancipação política de Sergipe, a gente tenha todo esse roteiro pronto para entregar à sociedade sergipana, brasileira e mundial. Com certeza, todo aquele que quiser conhecer todo o caminho de Irmã Dulce, vai fazê-lo a partir de Sergipe, que foi onde ela começou a sua vocação religiosa”, disse Belivaldo.
De acordo o prefeito Edvaldo Nogueira Edvaldo Nogueira, a canonização de Irmã Dulce deverá fortalecer o turismo religioso em Sergipe. “Estamos trabalhando para elevar a parte sergipana de Irmã Dulce. Estivemos com o governador para que ele possa, como nosso maior representante, se integrar e participar ativamente desse projeto, que será muito importante para o nosso estado, tanto do ponto de vista da fé, como também para o turismo religioso”, enfatizou.
Segundo Dom João José Costa, a expectativa é que se estabeleçam romarias permanentes em Sergipe a partir dos passos da primeira santa nascida no Brasil. “Todos aqui estão focados nessa proposta de um caminho de Dulce, ligando Aracaju a São Cristóvão. Com certeza, é um justo reconhecimento da importância de Dulce na história de Sergipe e na história da nossa Igreja. Para nós é motivo de muita honra e gratidão. Com certeza, faremos essa caminhada com Dulce, não só do ponto de vista de espaço físico, mas também do caminho espiritual, para que assim como ela alcançou a santidade, nós também possamos alcançar”.
Santa Dulce dos Pobres
Irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil a ser canonizada. Dulce, cujo nome de batismo foi Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, nasceu em Salvador em 26 de maio de 1914. Ela ingressou, em 1933, na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão. No mesmo ano, recebeu o hábito e adotou o nome de Irmã Dulce em homenagem à sua mãe, que se chamava Dulce Maria e morreu quando a freira tinha 7 anos.
A representante para Sergipe das obras da Irmã Dulce, Ana Lúcia Aguiar, explicou que há relatos na bibliografia de Dulce que comprovam sua forte ligação com Sergipe.
“Quando ela sai, aos 17 anos, de Salvador, vem de trem para Sergipe e desce na estação de São Cristóvão, ela sobe em direção ao convento, para na ladeira – próximo onde hoje é a Prefeitura–, e quando olha para estação vê o pôr do sol mais lindo da sua vida. Naquele momento, ela tem a certeza de seguir a Cristo e a vida religiosa. Inclusive ela dizia que a Bahia, porque ela é baiana, deu a família, a obra, e o trabalho a ela, mas Sergipe deu a certeza que ela queria seguir a vida religiosa. Então, há anos que a gente tenta fazer todo esse projeto, a integração das obras sociais dela na Bahia com a vida religiosa aqui em Sergipe. Foi no convento de São Cristóvão, que no dia 13 de agosto, ela fez os primeiros votos e se tornou freira, recebendo o nome da sua mãe: Dulce. Então Sergipe e Bahia, mais do que nunca, estão unidos na fé, e na alegria de poder ter vivido esse momento de vida da primeira santa brasileira. E hoje, estamos vendo esse projeto sendo abraçado pelo governador, pelo prefeito de Aracaju e também pelo prefeito de São Cristóvão, para que as pessoas possam realmente conhecer toda sua história de vida”, relata a devota.
Ana Lúcia também entregou ao governador o convite oficial, encaminhado pela superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce e sobrinha da freira baiana, Maria Rita, para que Belivaldo participe, no dia 20 deste mês, do evento da primeira celebração para corar a canonização de Dulce no Brasil, em Salvador. “Entreguei, também, a relíquia de segundo grau, que passa a ser agora uma proteção para o governador, já que ele já a guardou na sua carteira, e a medalha de irmã Dulce”.
Belivaldo contou ainda, que chegou a conhecer Irmã Dulce, no período que morou em Salvador. “Tive o prazer de conhecê-la, pois frequentava sempre a capela onde ela fazia as suas orações e de onde saia para prestar toda assistência às pessoas necessitadas, por meio de sua fé e do seu trabalho social”, expôs.
Também participaram da reunião, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE), Carlos Pinna, o pároco da Paróquia Bem-aventurada Dulce dos Pobres, José Lima e o secretário adjunto da Comunicação de Aracaju, Luciano Correia.