A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), por meio do Departamento de Educação, firmou uma parceria com o Sebrae/SE para desenvolver nas escolas da rede estadual um novo componente curricular intitulado Projeto de Vida, Educação Empreendedora e Financeira, que está voltado para o empreendedorismo social, cujo objetivo é colaborar para a construção de uma visão inovadora dos estudantes, estimulando sua autonomia para atuarem no meio em que vivem. Nesta perspectiva, o componente curricular alinha-se a uma das competências da BNCC, que é “Trabalho e Projeto de Vida”.
Na manhã desta quarta-feira, dia 23, foi dado o início ao curso de formação para professores da Educação de Jovens e Adultos das oito escolas-piloto que começarão a trabalhar essa disciplina. O evento foi realizado no auditório da Didática 6 da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e se estenderá até a próxima sexta-feira, 25.
A capacitação tem como público-alvo técnicos e os professores que atuam na rede estadual de ensino com a modalidade de ensino EJA. De acordo com a diretora do Departamento de Educação (DED/Seduc), Ana Lúcia Lima Rocha, a intenção é que, mais para frente, a disciplina seja também trabalhada no ensino fundamental. “Hoje estamos realizando um dos nossos sonhos. Temos oito escolas da rede estadual que abriram turmas de EJA diurnas com esse componente curricular que foi construído passo a passo com o Sebrae. A educação financeira é importante para que o jovem tenha um projeto de vida para sua família e para o meio em que vive. O empreendedorismo é importante para que o aluno seja protagonista das suas ações, desenvolva sua criatividade e autonomia, projete o seu futuro. Estamos apostando muito nesse trabalho”, declarou.
Presente à abertura do curso de formação, o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado Dias, se mostrou entusiasmado com os benefícios que os jovens da rede pública terão ao estudarem essa disciplina. “Esse empreendedorismo vinculado a atitudes e comportamentos é o que a gente trabalha na Educação. É muito mais do que ser empresário, comerciante ou qualquer agente de atividade econômica. Nós trabalhamos o aprender a conviver e o aprender a fazer. Esses são instrumentos que darão aos alunos a possibilidade de terem mais autonomia e protagonismo com relação às suas próprias escolhas”, disse.
Estiveram presentes também à abertura da formação o coordenador da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Ibernon Macena, e a representante da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Patrícia Rosalba.
Formação
Nesses três dias, a formação está sendo ministrada pelo Sebrae, através dos instrutores Wanusa Campos, Luciene Macêdo, Maria Rejane e Maria Angélica Costa. Divididos em grupos, os professores da rede estadual estarão recebendo orientações de como trabalhar em sala de aula o componente curricular “Projeto de Vida, Educação Empreendedora e Financeira.
Ao todo, oito escolas-piloto da EJA estarão trabalhando essa disciplina com os alunos: Escola Estadual Dom Mário Rino Sivieri, Escola Estadual Vicente Machado Menezes, Escola Estadual Professora Maria Berenice Alves, Escola Estadual Nações Unidas, Colégio Estadual 17 de Março, Colégio Estadual 24 de Outubro, Escola Estadual Monsenhor Carlos Carmélio Costa e Escola Estadual Paulo Costa. Além dessas unidades de ensino, os centros de Referência de Educação de Jovens e Adultos (CREJAs) também ofertarão essa disciplina.
Para o professor Deogenes de Brito, do Colégio Estadual 17 de Março, em Aracaju, esse componente curricular é de grande relevância para o público da Educação de Jovens e Adultos. “Na minha escola temos uma clientela bem jovem, que demonstra estar focada em um objetivo. E é justamente por isso que vamos procurar fazer um trabalho para, cada vez mais, dinamizar, incentivar e preparar para que eles consigam projetar sua vida estudantil e profissional. Tenho a expectativa de sair desse curso com um embasamento muito bom e poder melhor trabalhar com eles o incentivo para a sua vida pessoal”, disse.
Lucivalda Vieira da Silva, da Escola Estadual Dom Mário Rino Sivieri, em Lagarto, também compartilhou sua opinião. “É muito importante para a clientela da nossa escola, pois são pessoas que têm uma realidade bem difícil. Os adolescentes precisam dessa formação para ajudar os pais em casa, na administração do pouco dinheiro que têm”, declarou.
Max de Andrade Barros é professor na Escola Estadual Vicente Machado Menezes, em Itabaiana. Para ele, uma disciplina como essa vai auxiliar a juventude a administrar melhor suas finanças e seus sonhos. “A cultura do endividamento tem como primeiros alvos os jovens. Então é a partir deles que devemos começar a trabalhar a educação financeira, o empreendedorismo e o projeto de vida. É importante colocar no currículo da educação básica disciplinas que fomentem no aluno uma melhor aprendizagem sobre educação financeira. Essa é uma oportunidade também de nós, professores, adquirirmos esses conhecimentos”, afirmou.
A pedagoga Maria Angélica Costa é uma das que estão ministrando o curso de formação. Para ela, “a EJA é formada por um público que merece muita atenção porque são jovens que precisam avançar, ter perspectivas de vida, sonhos, estratégias, transformação. Precisamos motivá-los a estarem presentes na escola. Como esses valores serão agregados, eles terão uma nova perspectiva e verão que têm habilidades e capacidades que nem imaginavam”, disse.
Enviado pela assessoria