Por Joedson Telles
“… Está próximo o tempo da minha partida” – 2 Timóteo 4: 6 (NVI).
O título deste texto, certamente, deixou alguns leitores, no mínimo, atônitos. Mas não foi preciso mais do que um segundo para se ter a certeza de que a morte não seria a do jornalista, mas do apóstolo Paulo.
A propósito, conheço um homem que está perto dos 70 anos cujo rosto espelha o medo da morte. Sem acreditar na existência de Deus, ele nutre a equivocada ideia: a morte tem a última palavra; os mortos, simplesmente, deixam de existir.
O apóstolo Paulo, entretanto, deixou o legado da confiança no único Salvador. Jesus venceu a morte, ressuscitou e não tarda a voltar a este mundo, para que todos que vivem pela fé também tenham vida eterna na casa do Pai.
Paulo não escreveu 2 Timóteo no conforto de casa – com direito a café, biscoitos e ar condicionado. Preso e algemado, ele está em uma cela fria, insalubre, escura de uma prisão, em Roma. O apóstolo tem a certeza de que será morto nas mãos dos soldados romanos. Todavia, ele fala da sua própria morte com a tranquilidade com a qual se bebe água, por exemplo. Nenhum pavor, desespero ou revolta. Ao contrário, muita fé, amor e a consciência tranquila, amparada na convicção de que cumpriu os propósitos de Deus (Atos 9: 15,16).
Todavia, enganasse quem nutre a ideia de que a fé do apóstolo repousa num ministério longe de problemas. Sem provações e tentações. O próprio Paulo registra seu caminho árduo não deixando dúvidas da teologia do sofrimento.
“… fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez (2 Coríntios 11: 23-27).
Ainda assim, Paulo pregou Cristo ressurreto como um destemido soldado a serviço do céu. Não permitiu que o sofrimento interrompesse sua missão. A confiança total em Deus lhe serviu de combustível. “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2 Timóteo 4: 7). Sempre apostando na graça de Deus.
“Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda” (v. 8, ênfase acrescentada).
O final deste texto fala com todos nós, que, a exemplo de Paulo, nunca desanimamos por maior que seja a provação ou tentação. Sempre olhamos para Cristo Jesus. Sempre acreditamos que Deus cumpre suas promessas. Sempre na certeza de que “Ele existe e recompensa aqueles que o buscam” (Hebreus 11: 6).