Venâncio Fonseca faz duro discurso dirigido à deputada Ana Lúcia
Por Joedson Telles
O clima nada amistoso entre o Sintese e alguns professores insatisfeitos com a atual direção do sindicato perpassou à mídia e desembarcou na Assembleia Legislativa, no final da manhã desta quarta-feira 9, quando a deputada estadual Ana Lúcia (PT) e o líder da oposição na Casa, Venâncio Fonseca (PP), trocaram palavras duras, fazendo uso da tribuna tendo o tema como ponto de partida. Ressalvando que no seu pronunciamento fez referencias ao professor Francisco, que está insatisfeito com o Sintese, Venâncio estranhou o que definiu como agressividade da colega parlamentar. Segundo ele, Ana Lúcia não anda bem emocionalmente, e apela para o discurso de vítima.
“Esse discurso de vítima de vossa excelência está famoso. Ninguém aguenta mais. Se vai para os quilombolas, foi ameaçada de morte. No governo de João Alves foi ameaçada de morte. Vossa excelência falou que poderia te matar. Por mim, vossa excelência morre de velha, uma velha bem sucedida, e se morrer de outra coisa só se for de greve de fome. Não faça no seu governo, porque vão deixar vossa excelência morrer. Vossa excelência vive uma indecisão. Tem que decidir se é governo ou oposição. Vossa excelência não pode agradar ao seu governo e aos professores do sindicato. Vossa excelência só sabe falar só. Não aguenta o debate. Vossa excelência é acostuma a dizer e não a ouvir. Se gravar o discurso de vossa excelência é um cd, é um só. É manjadinho já”, disse.
O deputado disse ainda que se a Ana Lúcia tem problemas pessoas com o governador licenciado Marcelo Déda (PT) isso não lhe diz respeito. “Vossa excelência fez um acordo com Jackson de setembro a outubro. E de janeiro a setembro? Nós nos sentimos usados. Vossa excelência disse que eu votei sem saber. Eu votei consciente, mas todos votaram no projeto sem saber como um todo, porque faltou a tabela. Se fosse em qualquer outro governo, vossa excelência não votaria sem a tabela. Vossa excelência votou para agradar e votou caladinha”, disse sobre o Projeto de Lei que trata do aumento salarial dos professores da Rede Pública de Ensino.
Sobre as críticas feitas pelo vereador Agamenem Sobral (PP), que foram rechaçadas pela parlamentar petista, Venâncio observou que o vereador responde pelos atos dele. “Ele tem o modo dele de fazer política e eu tenho o meu. Cada um responde pelos seus atos. Vereador Agamenom tem feito críticas ao modo dele. Muitas vezes eu concordo e outras não. Vossa excelência tem medo do debate. Aqui é um parlamento, uma casa democrática, que muitas das vezes diz o que quer e houve o que não quer. Vossa excelência está doente, dodói, mas a maior doença de vossa excelência é o conflito. Chega aqui está a plateia de funcionário público e diz que vai cobrar, depois vai pra lá e faz acordo. Isso não agrada porque ninguém é besta. Existe dubiedade no discurso”, disse.
De acordo com Venâncio, Ana Lúcia trata o Sintese como se fosse uma propriedade dela. “Ali é um sindicato composto de várias pessoas que lutam pela classe. Já pode ter até sido mais propriedade de vossa excelência, mas hoje já é um discurso velho conhecido. Vossa excelência não quis responder ao professor Francisco talvez por inteligência. Eu tenho alguns dados e ele deve estar robusto, e aí vossa excelência veio para mim.
Referindo-se ao tempo em que Ana Lúcia ocupou o cargo de Secretária da Inclusão Social, no primeiro governo Déda, Venâncio disse que ela deixou de defender o professor para distribuir alimento. “Eu contestei, critiquei aqui e a classe tanto entendeu que solicitou o retorno de vossa excelência. Eu, inclusive, estava reconhecendo os méritos de vossa excelência. Se eu defendo os professores vossa excelência não gosta, se eu faço critica vossa excelência não gosta. O que eu vou fazer para te agradar? Vossa excelência tem que aprender a viver com o contraditório. Eu vou continuar com o mesmo respeito e admiração que tenho por vossa excelência. Vossa excelência sabe que se fizer greve de fome no seu governo não tão nem aí. Mas eu vou lá levar uma quentinha”, prometeu.