Por Joedson Telles
Ano de eleição costuma derrubar uma frase conhecida no mundo político: “o ano só começa depois do Carnaval”. Ninguém quer desperdiçar tempo.
Que a coisa esquenta pra valer, a partir da quarta de cinzas, não se discute. Mas é difícil imaginar alguém com pretensões políticas de chegar ao Governo do Estado relaxando até lá. Permitir-se 100% ao merecido descanso, ao aconchego da família, à troca da bateria.
Ainda que abra mão de estar junto às bases por alguns dias, que se permita dar uma pausa nas visitas e conversas, por mais disciplinado que seja, dificilmente, o político deixará de fazer e receber ligações telefônicas e trocar mensagens pertinentes ao projeto. No mínimo, permanecerá antenado ao que rola no zap, visualizando tudo. E bote grupo nisso…
E se este é o diagnóstico genérico – o que vale para qualquer pretenso candidato -, imagine em se tratando dos pré-candidatos do grupo governista?
Cientes que são vários postulantes – e todos trabalhando duro para transformar a pré-candidatura em candidatura – quem vai abrir mão de tempo?
Como se não bastasse o quadro de concorrência acirrada, um dos pré-candidatos, e que, por sinal, apareceu em primeiro lugar na mais recente pesquisa, chama-se Edvaldo Nogueira, que, evidentemente, não deixará de ser prefeito de Aracaju até o Carnaval. Como os demais pré-candidatos governistas podem relaxar, sabendo que Edvaldo está trabalhando? Não vejo como.
Evidentemente, não é o momento de manter a mesma pegada do ano passado. Não é a hora também de, como dizia o saudoso João Alves, “gastar a sola do sapato”. Político é humano; não máquina. A intensidade pode, sim, ficar para depois. Aliás, a legislação eleitoral precisa ser respeitada.
Todavia, buscar o equilíbrio entre as “férias” e o projeto 2022 soa o desafio momentâneo. Administrar bem o tempo, focando o projeto sem comprometer as férias. Ou focando as férias sem comprometer o projeto. Tanto faz.