Por Joedson Telles
Em boa hora, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paulo Sousa, observou em tom de conselho aqui no Universo que “o jornalista deve exercer sua profissão com imparcialidade. Sem tomar partido”. Perfeito. Seria até mais direto: sem enganar. Noticiar apenas a verdade factual. Sobretudo em ano eleitoral, sempre emergem atores descredenciados da realidade. Em tempo de redes sociais, a coisa é mais grave ainda.
Sabe aquela frase que já virou lugar comum em começo de ano eleitoral: pode acontecer tudo, inclusive nada? Continua sendo a melhor definição para o período. Fala-se, escreve-se e, sobretudo, pensa-se. Mas de concreto nada. Ou quase nada. Fulano vai com Beltrano. Cicrano quer isso e aquilo. ‘A’ vai ser vice de ‘B’… Não faltam especulações. Provas que é essencial, nada.
Alguns ventilam porque viajam além da conta numa possibilidade real, de fato, mas sem definição alguma. O que era para ser uma simples conversa informal, um desejo de apenas um lado, vira notícia “exclusiva” não confirmada pelas partes citadas. É aquela coisa: escuta de qualquer um e reproduz sem confirmar. Outros pecam pela falta de aptidão para o ofício. Há os que distorcem por interesses políticos. Chutam, inventam mesmo informação numa desfaçatez Ímpar. Cantada de festa: se colar, colou. Apostam na curta memória do eleitor. Tem ainda a velha serventia, que adora dar recado “não se sabe por quais motivos”. E outras pérolas idem.
O melhor para quem se depara com estas “notícias” sem a fonte pronta para assumi-las é tentar checar sempre a informação. Desconfiar de tudo que não é provado. Ver a credibilidade de quem está a anunciar. Cobrar a fonte sob pena de descartar de pronto. Informação sem fonte, off, off, off… Tem tudo para ser infundada. Só existir na cabeça de quem fabricou ou das pessoas que se permitem ser enganadas.