O emprego na indústria caiu 1,1% em agosto na comparação com julho na série livre de influências sazonais. Foi a sétima queda consecutiva do indicador, que está 7,1% abaixo do registrado em agosto do ano passado. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, 1º de outubro. De janeiro a agosto, o emprego acumula redução de 5,2% em relação ao mesmo período de 2014.
A forte retração do emprego é resultado da recessão na indústria que se aprofundou em agosto. Conforme mostra a pesquisa da CNI, a alta de 0,7% no faturamento real do setor naquele mês frente a julho, na série com ajuste sazonal, reverteu uma pequena parte das perdas enfrentadas nos últimos meses. Na comparação com agosto do ano passado, o faturamento real caiu 7,2%.
As horas trabalhadas na produção recuaram 0,3% em agosto frente a julho na série dessazonalizada. Foi a sétima queda seguida do indicador. As horas trabalhadas na produção estão 10,2% menores que em agosto do ano passado, informa a pesquisa. Com isso, a ociosidade na indústria voltou a crescer. A utilização da capacidade instalada caiu 0,8 ponto percentual e ficou em 77,9% em agosto, o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2013.
Segundo o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, não há sinais de reversão desse quadro negativo no curto prazo. “A economia está em uma zona muito grande de incertezas em relação ao ajuste fiscal, ao câmbio e outros fatores. Para a retomada da produção e dos investimentos, é preciso de um cenário de maior clareza”, disse Castelo Branco. Ele estima que esse cenário só aparecerá em meados de 2016.
A pesquisa da CNI revela ainda que, apesar da queda do emprego, a massa real de salários e o rendimento médio real dos trabalhadores aumentaram em agosto frente a julho, na série com ajuste sazonal. Nessa base de comparação, a massa real de salários, cresceu 0,3%. Mas está 7,2% menor que a de agosto de 2014. O rendimento médio subiu 1,1%. “Esse resultado deve estar associado ao aumento dos gastos incorridos pelas empresas na recisão dos contratos de trabalho”, avalia a CNI.