Por Joedson Telles
Vejo nas redes sociais um vídeo da então vereadora Emília Corrêa cobrando duramente respostas para os problemas causados pelas chuvas, em Aracaju.
O vídeo – ninguém é criança – tem o claro objetivo de aguçar críticas à mesma Emília Corrêa, hoje prefeita da mesma Aracaju, que enfrenta, mais uma vez, os mesmos problemas. É preciso separar as coisas.
No papel de vereadora, Emília não fez mais do que a sua obrigação. O eleitor – até aquele que não votou em Emília, para lhe assegurar uma cadeira na Câmara de Aracaju – cobraria esta postura da então parlamentar. A propósito, não faltaram críticas ao silêncio de outros vereadores.
Já como prefeita eleita com o discurso de arrumar uma casa que apontou como fora de ordem, Emília virou vidraça, e precisa estar preparada para as pedradas.
Como é de conhecimento de todos, vereadores e outros políticos de oposição estão no mesmo papel que Emília esteve. Também precisam dar respostas à sociedade, fiscalizando o Poder Executivo Municipal.
Entretanto, não é preciso sonegar que os problemas causados pelas chuvas não podem ser resolvidos com um decreto da prefeita. Nem mesmo com um Projeto de Lei enviado à CMA. Dito de outra forma, não é tão simples resolver a questão. Se fosse, outros prefeitos teriam resolvido. Aliás, Aracaju está longe de ser a exceção: as chuvas provocam estragos em vários pontos do mundo.
Não é bom para Aracaju – nem para a sua prefeita – uma oposição muda. Apática. Precisamos de oposição. Mas é preciso saber o momento e a intensidade da crítica.
Emília tem apenas cinco meses à frente da Prefeitura de Aracaju. Está acompanhando de perto o trabalho dos seus auxiliares para mitigar os efeitos das chuvas. Ontem, por exemplo, despachou na SMTT, para monitorar a situação. Está indo também às ruas acompanhar tudo.
A oposição, insisto, precisa existir. Deve fiscalizar a gestão – seja qual for o prefeito ou a prefeita – com uma lupa. Mas não pode ser açodada. Precisa ser construtiva. O eleitor não é tolo; sabe quando o crítico serve ao coletivo e quando tem o propósito de servir a si mesmo.