Por Joedson Telles
Ex-presidente do PT de Sergipe, Silvio Santos assegurou, nesta sexta-feira, dia 4, não acreditar que, em sendo verdade que o ex-governador Jackson Barreto (MDB) trabalha para emplacar a vice-prefeita de Aracaju, Eliane Aquino (PT), como pré-candidata a vice-governadora na chapa governista, a petista esteja disposta a quebrar a unidade do partido. O PT definiu como representante na chapa majoritária o seu presidente em Sergipe, Rogério Carvalho, e não abre mão da sua pré-candidatura ao Senado Federal. “Eliane não quer e não vai atropelar nossa unidade”, aposta. Silvio diz ainda que o partido quer marchar com Belivaldo Chagas, mas não descarta uma candidatura ao governo. A seguir a entrevista:
O que motivou uma postagem sua numa rede social sobre o posicionamento do PT nas eleições 2018?
Deve-se as várias especulações plantadas na imprensa por lideranças políticas do bloco governista, apostando na nossa divisão e denotando ingerência nas discussões internas do PT. As minhas declarações visam tão somente expor os nossos limites e chamar a atenção de quem lidera para tomar as rédeas do processo.
Há hipótese de o PT não estar no mesmo palanque que o pré-candidato a governador Belivaldo Chagas? Por quê?
Não apostamos nisso. Muito pelo contrário. Desde sempre, o PT tem demonstrado seu compromisso histórico, desde a constituição até hoje, na manutenção desse bloco partidário que governa Sergipe. Queremos manter o bloco e contribuir com nossa força política para uma vitória eleitoral e enfrentarmos a crise que assola o estado juntos. Essa é a nossa disposição. Mas queremos ser respeitados e aceitos como força política e toda nossa importância. Não é correto nos impor condições. Não é democrático discutir por nós o nome e/ou o cargo que nos cabe na coligação. Isso não é construção política. Isso seria truculência. E truculência, autoritarismo, ingerência, nós não aceitamos.
O PT está fechado no nome do ex-deputado Rogério Carvalho para disputar o Senado ou trabalha com um plano B, caso Rogério não dispute a eleição?
O nome de Rogério foi construído no debate político interno e pré-aprovado na instância partidária. Pelo diretório regional. Não discutimos plano b e só o faremos diante de fato concreto.
A vice-prefeita de Aracaju, Eliane Aquino, pode representar o PT na disputa majoritária?
Eliane é um dos quadros mais expressivos do PT hoje. É uma liderança pronta e preparada para assumir grandes tarefas. E o melhor: está disposta a isso e para tal se coloca à disposição do partido. Mas não quer e não vai atropelar nossa unidade. Sabe como poucos a importância dessa unidade e sabe que a nossa maior força reside na forma de construção coletiva.
Uma candidatura do PT ao Governo do Estado está descartada ou pode ser discutida esta hipótese?
Não podemos descartar essa hipótese. Aliás, embora minoritária, há uma proposta que está colocada no partido hoje com as pré-candidaturas dos companheiros Dudu (o presidente da CUT, Rubens Marques) e Joel (Almeida, sindicalista). Em política, não existe caminho que não possa ser percorrido. O PT tem representatividade, densidade eleitoral, quadros e todos os pré-requisitos para enfrentar qualquer cenário eleitoral.
Explique melhor a sua postagem quando escreve que o PT não ficará refém de exigências. Há a chamada faca no pescoço do PT? O que querem ou poderiam querer?
Estou dizendo com toda clareza que queremos permanecer parte do bloco governista, que reivindicamos uma vaga para o senado na chapa majoritária, chapa própria para deputado estadual, etc. Coloco com clareza as legítimas reivindicações do partido. E com a mesma clareza digo que não aceitaremos ingerências, imposições, decisões unilaterais que venham no sentido de diminuir nossa força e representatividade.