Por Joedson Telles
Converso com um importante técnico do governo Belivaldo Chagas sobre a sucessão em Aracaju. Há muito tempo no grupo, ele acredita que, pelo desenho, o pleito deve ser marcado pela polarização Edvaldo Nogueira x Daniele Garcia – evidentemente, se ambos, em momento oportuno, registrarem candidaturas. E vai além, ao tentar antecipar o fio do novelo a ser puxado pelo publicitário Carlos Cauê (nome que dispensa apresentação) em prol do prefeito na suposta tentativa de suceder a si mesmo.
O técnico, cujo nome opto por não revelar, apesar de não gostar desse negócio de off, acredita que o publicitário vai trabalhar com o fato de Edvaldo e sua capacidade de administrar bem Aracaju serem real e já de prévio conhecimento do eleitor – e isso contrastar com Daniele Garcia ainda ser uma incógnita enquanto política, sobretudo enquanto gestora de um município.
Apesar de Daniele ser séria e ter a bandeira de combate à corrupção a seu favor, o técnico acredita que o publicitário Cauê atentará o eleitor que lhe falta experiência. Edvaldo, então, levaria vantagem porque já provou ter isso na prática. Dito de outra forma: o “já fez e pode fazer mais” faria a diferença contra o “será que sabe fazer?” Sacou a jogada?
Entretanto, o técnico observa que uma possível candidatura de Daniele Garcia, assim como foi a do delegado Alessandro Vieira para o Senado, em 2018, e tantas outras pelo Brasil que deram certo, tentaria pegar carona na onda, digo na eleição, de Bolsonaro. E lembra que mesmo não havendo garantia que esse efeito Bolsonaro duraria até o pleito de 2020, uma suposta candidatura da delegada não poderia jamais ser subestimada…
… Se por um lado Daniele Garcia parece não deixar dúvida em ninguém que é uma mulher bem intencionada, competente e honesta na sua função de combater o crime, por outro tem, de fato, o desafio de convencer a sociedade que tem perfil para ser gestora de Aracaju. Além deste convencimento, que já não é uma tarefa fácil, em sendo vitoriosa, a missão minuciosa e que requer muito preparo e paciência de ser gestor de Aracaju seria extremamente desafiadora como porta de entrada da política.
Já Edvaldo, acredito que, em registrando a candidatura, precisará persuadir o eleitor que seu histórico, sobretudo a sua última gestão, pós desastre do time de João Alves, lhe confere uma espécie de “selo de garantia” que a capital terá um gestor eficiente. Evidente, como ser humano comete erros também. Mas os acertos superam. Como administrador faz opções que desagradam, é claro. Mas, num todo, em suas mãos, Aracaju nunca será vista como o caos que ele encontrou.
Fiz aqui um micro resumo dos desafios impostos a Edvaldo e Daniele por ambos terem sido citados pelo técnico do governo. Mas também merecem respeito e atenção, evidentemente, outros nomes ventilados para uma provável disputa: o ex-deputado federal Valadares Filho, o também delegado Paulo Márcio, os deputados estaduais Rodrigo Valadares e Gilmar Carvalho, o advogado Henri Clay, Márcio Macedo… Em política, nada pode ser descartado. Ninguém subestimado. E só as urnas decidem destinos.