Por Joedson Telles
O prefeito eleito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, obviamente, ainda espera o calendário para voltar a dar as cartas na Prefeitura de Aracaju, mas já pôde sentir na pele que terá uma marcação cerrada. Seu mandato será vigiado de perto pela oposição. E ainda que consiga construir maioria na Câmara de Aracaju, não terá sombra e água fresca: será muito cobrado, sobretudo em se tratando das promessas que fez durante a campanha eleitoral de 2016.
Refiro-me às críticas que acaba de receber do deputado federal Valadares Filho, então candidato a prefeito, há menos de 30 dias. Provando que não estava brincando, quando falou que ajudaria Aracaju, mas faria uma dura oposição à gestão Edvaldo, Valadares sequer esperou o governo começar: tomou em suas mãos a lista dos nomes que formam a equipe de transição da gestão da Prefeitura de Aracaju e disparou: os nomes não têm independência frente ao governador Jackson Barreto.
De fato, ao olharmos a equipe e pegarmos nomes como Jéferson Passos, Eliane Aquino, Carlos Cauê, Zezinho Sobral, Mendonça Prado atestamos, de pronto, que se trata de ex-secretários da administração Jackson Barreto. Todavia, há gente que foi secretário primeiro do próprio Edvaldo, quando este governou Aracaju, como, por exemplo, Jeferson Passos e Carlos Cauê – curiosamente os melhores nomes do time sem desmerecer os demais.
Não vejo nada que a política não admita, que a democracia não respalde no comportamento do deputado federal Valadares Filho. É oposição. As urnas lhe reservaram este papel. Além disso, ele não atingiu a honra de Edvaldo Nogueira, não o agrediu, não desceu o nível. Pode ser acusado de criticar a escalação de um time antes de a bola rolar? Evidente. Açodamento? O tempo será implacável como sempre.
Experiente, Edvaldo Nogueira, acredito, não apenas saberá lidar com esta e com vindouras situação afins como também até colherá bons frutos. De praxe, em qualquer administração há aqueles aliados que não ousam apontar um só equívoco da gestão, temendo contrariar o boss. É a turma do “sim”.
Valadares Filho ou qualquer outro opositor fará este importante papel de analisar a gestão sem temer desgaste com o prefeito 0800. Se for esperto, e acredito que é, Edvaldo não dará de ombros a nenhuma observação.
O novo prefeito, creio, filtrará as críticas políticas, óbvio, responderá quando achar necessário, mas corrigirá, sim, problemas que cheguem ao seu conhecimento por tais caminhos. Se a ideia é o melhor para Aracaju qual o problema de dar ouvidos também à oposição? Como diz a cantora Paula Toller, naquele comercial dos cartões da Caixa, por que não?