Por Joedson Telles
Acerta na mosca o prefeito Edvaldo Nogueira, ao adiar o debate sobre as eleições 2020, em Aracaju. Age de forma inteligente por conta própria ou, sabiamente, se permite ser bem assessorado pelo publicitário Carlos Cauê.
É complicado segurar a língua, sobretudo quando provocado por jornalistas, mas Edvaldo vai testando a paciência e passando na prova com nota alta. Responder a adversários, neste momento, não ajudaria em nada sua gestão. Tampouco seu projeto político. Mas fortaleceria oponentes.
Edvaldo, como político e pré-candidato à reeleição (embora ele negue ser pré-candidato) segue conversando com outros políticos costurando acordos, evidente. Mas não pode se permitir ao luxo de tirar o foco da gestão para debater. Se o fizesse, os próprios adversários, certamente, se encarregariam de ventilar que o prefeito abandonou Aracaju para o candidato atuar. O rótulo de irresponsável estaria pronto.
Edvaldo, todavia, sabe que terá que debater lá na frente. Vive o momento do prefeito, mas, logo logo, o pré-candidato terá que entrar em campo. E conhece bem a pauta antecipada pelos adversários, sobretudo pelo pré-candidato delegado Paulo Márcio: IPTU, lixo, saúde, educação, transporte público, chuvas… Tudo isso será debatido. O prefeito, obrigatoriamente, terá que prestar contas à sociedade do que fez e explicar o que deixou de fazer. O julgamento o aguarda.
Por sua vez, Paulo Márcio, assim como o ex-deputado federal e também pré-candidato Valadares Filho já vinha fazendo, cumpre bem o papel de oposição. Faz parte do jogo político. Se não estão no exercício do cargo de prefeito e são oposição, o que justificaria esperar para criticar?
A sociedade – pelo menos sua parte lúcida – espera que demandas encontrem eco, com toda certeza. Mas espera muito mais que os pré-candidatos não só conheçam bem os problemas da cidade como também apresentem projetos que apontem soluções. Disso nascerão comparações de ideias a ditar sentimentos para Aracaju continuar ou mudar seu rumo.