Por Joedson Telles
Numa conversa recente com um aliado bem próximo do governador Belivaldo Chagas, pesco que a definição pelo nome do agrupamento para a disputa do Governo do Estado estaria, hoje, entre os deputados Fábio Mitidieri e Laércio Oliveira – com quem não for escolhido tendo grandes chances de ser o nome para o Senado Federal.
O critério mais fúlgido a sustentar o raciocínio exposto, segundo o aliado do governador, seria avaliar “o que cada um tem a perder”, caso não vença a eleição.
Detesto este negócio de off. Acho uma sacanagem sonegar a fonte ao internauta. Todavia, o prejuízo é infinitamente menor do que revelar nome, mesmo ciente do risco de estar colocando o pescoço da fonte na guilhotina. Em política, infelizmente, nem tudo que se pensa se “tem o direito de revelar”, e ciúme de macho continua sendo muito mais ardente que de mulher…
Mas voltando à disputa dentro do bloco governista, escuto com atenção os verbos do aliado do governador e indago se o prefeito Edvaldo Nogueira e o conselheiro do TCE, Ulices Andrade, estão fora. Lembro que Edvaldo, hoje, segundo as pesquisas, é o primeiro colocado entre os pré-candidatos. Reforço sua condição de vencer o pré-candidato petista Rogério Carvalho, segundo a última pesquisa divulgada.
Como quem já sabia que seria indagado sobre a dupla prefeito e conselheiro, o aliado do governador escorrega a mão direita pelo cabelo na altura da nuca e dispara sem precisar de tempo para pensar: “Edvaldo precisaria renunciar ao mandato de prefeito antes das definições internas. Renunciar, não se afastar. E se o grupo não fechasse, ele estaria desempregado. Ulices ainda pode voltar a ser presidente do TCE. Laércio e Fábio Mitidieri não têm o que perder”, explica, referindo-se, obviamente, ao fato de ambos estarem no último ano de mandato.
De fato, trocar o certo pelo duvidoso, mesmo tendo a possibilidade de ter a caneta de governador cheia em mãos, é algo que, no mínimo, exige, além de coragem, muita reflexão. Até porque não é fácil chegar à Prefeitura de Aracaju e abrir mão. Tampouco à Presidência do TCE. De igual modo, o caminho até o governo é cheio de pedras. Além da mencionada disputa interna, há ainda, obviamente, uma eleição dificílima pela frente. A distância do céu ao inferno nunca foi tão curta.