“Mais pessoas passarão a pagar imposto. A carga tributária é perversa”, justifica
O senador Eduardo Amorim (PSC-SE) defendeu, na terça-feira, dia 3, a rejeição do veto presidencial ao reajuste da tabela do Imposto de Renda (IR), que segundo ele, irá onerar ainda mais o trabalhador brasileiro. O parlamentar se refere ao Veto 4/2015, que impediu o reajuste de 6,5% da tabela progressiva mensal de retenção do IR. O governo foi contra ao aumento em percentual maior que o defendido pela equipe econômica, de 4,5%. “Mais pessoas passarão a pagar imposto. A carga tributária brasileira é perversa”, afirmou.
Para o senador, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais chama a atenção para o ponto de que a correção deveria acompanhar a inflação, o que não vem acontecendo desde 1996 e esse descompasso entre os valores da tabela e a inflação já chega a uma defasagem de 64%. “O Brasil tem a segunda maior carga tributária da América Latina, perdemos apenas para a Argentina”, disse.
Eduardo mostrou uma disparidade, já que para ele o poder público arrecada como um país rico, mas oferece serviços públicos de país pobre. “Acompanhamos diariamente os precários serviços oferecidos à população, nas áreas da saúde, educação e segurança”, completou.
Ao explicar o seu voto contrário ao Veto o parlamentar afirmou que todos deveriam entender a manutenção das alíquotas. Eduardo segue o pensamento dos economistas, ele afirma que os profissionais defendem a ideia de que é exatamente a redução dos impostos que contribui para o aumento da arrecadação. “Aumentaria o consumo e geraria até mais empregos”, explicou Amorim.
Em seu pronunciamento Eduardo citou o artigo publicado pelo economista Adolfo Sachisida, que trata exatamente da forma com os impostos afetam o crescimento econômico. “Não se deve usar a carga tributária para promover distribuição de renda. Distribuição de renda deve ser feita por meio de gastos públicos, e não tributação”, diz um trecho do artigo. O senador explicou ainda que “toda vez que o poder público aumenta ou cria impostos, uma quantidade de trocas, que antes era realizada na economia deixa de ser feita”.
Voto Contrário
“Votarei contra ao veto da presidente Dilma à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda e reafirmo meu compromisso em defesa do povo do meu país. Não considero justo que em menos de vinte anos, a faixa de isenção do IR, tenha caído de nove salários mínimos para pouco mais de dois salários mínimos”, reafirmou Eduardo.