Senador quer Machado no partido, mas não garante indicá-lo para ser vice numa suposta aliança com João Alves
Por Joedson Telles
O senador Eduardo Amorim, que está com um pé no PSDB de Sergipe, assegurou, na noite desta segunda-feira 6, que, sugeriu à Direção Nacional do PSDB que se reunisse com o vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), para comunicá-lo da mudança que estava sendo proposta com ele, Eduardo Amorim, sendo convidado a assumir a legenda em Sergipe. “Eu acho que ele (Machado) nem sabe disso. Chamaram e ele foi, na quarta-feira passada, e ontem eu tive uma conversa com ele. Então, ninguém está tomando partido de ninguém. A gente quer que ele fique, e vamos juntos reconstruir. Agora, não posso garantir nada a ninguém”, preveniu, referindo-se à vaga de vice-prefeito de Aracaju, caso o prefeito João Alves (DEM) oficialize sua pré-candidatura à reeleição e, em permanecendo a aliança DEM/PSDB, caiba aos tucanos indicarem o nome do pré-candidato a vice-prefeito.
O senador Eduardo Amorim explicou que o fato de não poder assegurar o nome de José Carlos Machado como possível candidato a vice-prefeito não quer dizer que exista algum problema com ele. Mas que a decisão precisa ser tomada em grupo. “Como é que eu vou garantir? Não posso impor. Isso é uma conquista. Ele tem que permanecer e conquistar o apoio de todo mundo. Você faz parte do grupo e o grupo decide. Doutor João garante? Doutor João já disse que é candidato? Como é que vou garantir nada? Se eu garantir, vou ter que cumprir, e não trabalho com coisa incerta”, disse, externando que o nome do advogado Pedrinho Barreto para presidir a legenda significa o consenso.
Sobre a queixa do ex-presidente do PSDB de Sergipe, o ex-deputado Roberto Góes, que assegurou que faltou diálogo, o senador Eduardo Amorim afirmou que ligou várias vezes para ele. “Falei com Machado. E liguei várias vezes para Roberto Góes. Disse até a Machado para deixar Roberto na executiva, mas Pedrinho no comando”, disse Eduardo Amorim, não demonstrando preocupação com possíveis desfiliações. “Gracinha (a prefeita de Itaporanga, que é filiada ao PSDB) votou em quem para presidente? Lila (o prefeito de Lagarto, que é filiado ao PSDB) votou em quem para presidente? São tucanos?”, indagou ironizando o fato de prefeitos filiados ao PSDB votarem contra o partido nas eleições presidenciais.
Eduardo Amorim disse, por fim, que as mudanças não estão acontecendo apenas no estado de Sergipe. Segundo ele, o PSDB não tem nada contra a pessoa de José Carlos Machado, mas sentiu que é preciso realinhar o partido para as eleições de 2018. “Se o partido tivesse sido realinhado há algum tempo talvez o resultado das eleições presidenciais fosse outro, principalmente no Nordeste”, diz o senador, acreditando que a mudança não provocará um rompimento na aliança DEM/PSDB, por conta da amizade entre João Alves e José Carlos Machado. “A amizade continua. Da gente com João e com Machado. Não é a gota d água. É um realinhamento de um partido que nacionalmente é grande e em Sergipe pode ser maior”, disse, prometendo filiações de quadros que fortalecerão os tucanos em Sergipe.