Por Joedson Telles
O empresário Edivan Amorim promete para os próximo dias, quando desembarcar de Brasília, marcar uma reunião para tentar apagar o fogo aceso pelo suplente de deputado estadual Daniel Fortes, que tenta colocá-lo na parede, cobrando um acordo pelo qual assumiria quatro meses como parlamentar.
Daniel quer a vaga do deputado Samuel Barreto (PSL), mas se contentaria facilmente também com a do colega de legenda, Raymundo Vieira, o Mundinho da Comase. Edivan, entretanto, adianta que, além de tentar resolver o problema pela via do diálogo, não tem muito o que fazer. “Não posso mandar ninguém sair. Mas vamos marcar essa reunião para conversar”, disse.
Apesar da boa vontade do líder Edivan Amorim, trato de adiantar: Daniel Fortes não terá seu pleito atendido. Os deputados Samuel e Mundinho já se pronunciaram sobre a possibilidade e não apenas negaram a existência do tal acordo ao qual Daniel se refere, mas também não podem ser permitir ao luxo de abrir mão do mandato, quando 10 entre 10 políticos já pensam em 2014.
Como se isso não bastasse, o pleito de Daniel esbarra em outro ponto crucial: a questão ética. A vontade do eleitor seria desrespeitada sob qual argumento? O que Mundinho diria ao povo de Itabaianinha, sua principal base eleitoral? Estava a precisar de umas férias? Ou, como ele mesmo disso, daria discurso aos adversários, que poderiam, inclusive, levantar a suspeita que o mandato do povo teria sido negociado? Com Samuel e sua base militar vale o mesmo juízo.
Aliás, quando Daniel Fortes fala em deixar o grupo, em colocando mesmo isso em prática, por certo, estaria apenas trocando seis por meia dúzia. A situação seria a mesma em qualquer lugar. A diferença é que chegaria no novo grupo com a desconfiança dos novos aliados, escaldados por assistirem a lavagem da roupa em lavanderia pública.
Evidente que, nos bastidores, tudo poderia ser resolvido. Samuel ou Mundinho não seria o primeiro a bolar, por exemplo, uma doença para se afastar enganando o povo. Mas será que atitudes como esta é algo sadio à política? À sociedade? Não seria aquela história do legal, mas imoral? Titular não é titular e suplente suplente pela força das urnas? Fica a reflexão.