Por Joedson Telles
Derrubando o veto do governador tucano Geraldo Alckmin, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) acertou na mosca, ao aprovar um Projeto de Lei que assegura aos detentos daquele estado a redução da pena mediante à leitura dos livros da Bíblia. E não é apenas o sentimento cristão a vibrar neste instante: em se tratando de inclusão social, é de longe a medida recente que pode ter efeitos mais positivos em curto prazo. Jesus já mudou inúmeras vidas. Um dos 24 deputados sergipanos deveria copiar a ideia.
Quem teve o privilégio de ler um dos livros da Bíblia sabe do que estou falando: é uma leitura que só prega o amor e o respeito a Deus, a Jesus Cristo e ao próximo. O sentimento fraterno de sempre fazer o bem. Ao contrário do que muita gente pensa, não é religiosidade, mas filosofia de vida. É aprender a viver como Deus planejou e nos ensina através de Jesus Cristo.
Não se trata de política ou religião, mas de inteligência: se quem está preso cometeu algum crime e este crime atingiu pelo menos uma pessoa seus familiares e amigos – seja um homicídio, um assalto, um estupro… – lógico, trivial, evidente não resta a menor dúvida que foi de encontro ao amor e ao respeito ao próximo.
Presidiários, exceto aqueles que se conscientizam do erro e se arrependem, de fato, são pessoas sem sentimento positivo algum pelas demais pessoas. Sequer pensam na própria família. Evangelho de João 10: 10: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu (Jesus Cristo) vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”
Quantos estão presos por ter roubado algum familiar? Por ter matado um pai, uma mãe, um irmão, um amigo? Por ter estuprado uma filha ou enteada? Quantos espancaram covardemente a mulher? Não pagaram pensão alimentícia? Quantos acham pouco estarem presos e ainda “obrigam” as esposas a esconderem drogas – até na vagina – e levarem aos presídios? E se agem assim contra as próprias famílias, não surpreende o que fazem com as famílias de terceiros.
Se os marginais variam os crimes, mas não a falta de amor e respeito ao semelhante, e se os livros da Bíblia ensinam justamente o amor, nada mais inteligente que incentivar a leitura sagrada dentro das penitenciárias.
Uma pesquisa – inclusive dentro dos próprios presídios – revela com certa facilidade como a Bíblia já mudou o comportamento de inúmeras pessoas. Temos exemplos em todos os estados até de pastores que são ex-presidiários. O trabalho de evangelização nos presídios colhe frutos positivos. Muita gente aceita Jesus e deixa o mundo do crime.
O projeto é ainda mais inteligente, percebam, à medida que, além da leitura em si, condiciona o benefício da redução da pena à elaboração de uma resenha do que foi lido. Ou seja, o interno é obrigado a se envolver, de fato, com a leitura. E se aplicar na vida o que ler – e quem abraça a Bíblia de verdade faz da sua leitura um hábito diário até a morte -, jamais voltará à delinquência. Não há como conciliar uma vida com Deus e o mundo do crime.
O projeto é perfeito. Quem ama a Deus abraça de pronto até porque Jesus mandou pregar a palavra a todo mundo. E quem não é cristão – estamos num estado laico – precisa abraçar a causa por inteligência. Qualquer ideia no sentido de tirar pessoas da criminalidade é importante e bem vinda. Estamos no Brasil. Não temos pena de morte. Tampouco prisão perpetua. É melhor que os presos retornem à sociedade como multiplicadores do amor de Jesus Cristo ou mais frios e calculistas para o cometimento de delitos?
P.S. Registro para encerrar: é evidente que cristão não é, obrigatoriamente, como flamenguista: “uma vez Flamengo, Flamengo até morrer”. Poderemos, e, certamente, teremos, os chamados desviados da Palavra de Deus. Entretanto, não apenas teremos também outros tantos que jamais voltarão ao mundo do crime como também os que cairão, mas se levantarão. A palavra não volta vazia.