Por Joedson Telles
Ao ventilar números positivos do seu governo no tocante à saúde, o governador Jackson Barreto (PMDB) formulou uma polêmica frase tendo como alvo a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE), Euza Missano, conhecida do oiapoque ao chuí das terras sergipanas por não apenas denunciar as mazelas da saúde pública como também mover ações judiciais objetivando soluções. O gancho foi uma indagação do repórter Alex Carvalho, da Ilha FM, sobre problemas na compra por parte do Estado de medicamentos destinados a pacientes da oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe governador João Alves Filho (Huse).
“Compramos muitos medicamentos. Eu acho que essa informação não corresponde à realidade de hoje. Doutora Euza precisa ter uma visão mais ampla das coisas. Ela tem todo direito de questionar. É uma grande representante do Ministério Público. Eu vou continuar respeitando a posição da doutora Euza. Ela tem toda liberdade de falar o que pensa, de escrever o que pensa, e o governador do Estado em sua posição tem direito de falar, pensar e de realizar. O que eu posso dizer é que hoje chegando ao almoxarifado da Fundação de Saúde vai encontrar o almoxarifado organizado e medicamentos num investimento de R$ 10 milhões, nunca visto na saúde de Sergipe”, assegura.
Provocado sobre o processo de sucessão estadual pelo Blog do Joedson Telles, Jackson Barreto deixou claro que há açodamento em aliados, quando querem, neste momento, definir a chapa majoritária do bloco governista. E mandou um recado: não está pensando em composição neste momento, mas em administrar Sergipe.
“Vale para todos. Nenhum açodamento político agora. Não estou preocupado com formação de chapa agora. Quem nos trouxe para a discussão política do estado foi o trabalho que nós estamos realizando. Nós não estávamos na pauta da discussão política, não. Quem nos trouxe para a pauta foi o trabalho, a capacidade de administrar, o gerenciamento e a boa vontade de servir ao povo sem hora marcada. Anteriormente já tinham decisões precipitadas de quem seria o governador. Vamos continuar com o trabalho, e política, resolveremos mais pra frente”, disse.
Apesar do juízo, o governador comentou a decisão do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), que se diz aberto para conversar com todos os líderes políticos de Sergipe (inclusive a oposição) sobre a formação de chapa majoritária, mesmo ocupado cargos no Governo do Estado. Jackson assegurou ter respeito pelo PSB e entende ser um direito da legenda a liberdade de falar, de se expressar e de procurar se cacifar. O governador afirmou que a prática é natural da política, e salientou estar acostumado com isso, mesmo que Valadares mantenha conversas com o bloco do senador Eduardo Amorim.
“Eu acho que as pessoas estão livres para conversar com que quiser. Eu não estou aqui para policiar a vida de ninguém. Eu tenho pelo senador e pelo deputado Valadares Filho muito respeito, mas não vou impedir, então eu não seria um democrata. Afinal de contas, por que lutamos tanto para restaurar a democracia? Vou agora questionar a intimidade, a liberdade, a vontade de um homem público? Cada um tem direito de fazer aquilo que achar melhor”, disse.
De acordo com Jackson Barreto, haverá novas mudanças no seu secretariado. Porém, não serão feitas todas elas de uma só vez. O governador explicou que o processo será feito por etapas. “Quando menos se esperar, tomam posse três, depois tomam posse dois, depois toma posse um, porque dessa forma se evita marolas, discussões mais aprofundadas, discussões política que possam criar dificuldades para nosso projeto. Cada um tem sua forma de trabalhar, de agir, de governar. Eu prefiro assim. Sem marola, com todo mundo trabalhando”, disse.
Jackson também garantiu que o ex-prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), tem espaço no seu governo. “Tem vaga. Eu nunca discriminei o PC do B. Eu convidei Edvaldo Nogueira, ano passado, para ser presidente da Fundação de Saúde. Sempre trabalhei com o PC do B em alianças histórias. Não há descriminação com nenhum dos companheiros que construiu esse projeto”, garantiu.
Sobre o pleiteado aumento do servidor público, o governador explicou que trabalha para dar, sim, o reajuste. “Estamos trabalhando para dar uma resposta ao Sintrase, trabalhando e analisando nos mínimos detalhes. Daqui até o mês de março, teremos decisões com relação a essas reivindicações dos sindicatos. O Sintrase pode ficar tranquilo que estamos trabalhando na sua pauta de reivindicações no Plano de Cargos e Salários (PCS)”, disse, assegurando, por fim, que dentro do prazo estabelecido pela Assembleia Legislativa, dará posse à nova conselheira do Tribunal de Contas de Sergipe (TCE), a deputada estadual Susana Azevedo (PSC). “Com o maior respeito à Assembleia Legislativa, a escolha da deputada e a decisão do Supremo Tribunal Federal. Decisão da Justiça não se discute, se acata”, finalizou.