Por Joedson Telles
“Unimos todas as forças políticas para alcançarmos o melhor para a nossa cidade”. A frase parte do prefeito Edvaldo Nogueira, ao agradecer aos três senadores de Sergipe, pela autorização, no Senado Federal, para que a Prefeitura de Aracaju consiga um empréstimo de R$ 500 milhões para investir em mais de 20 obras em vários bairros da capital. Não é pouca coisa.
Assim como os demais sergipanos, Edvaldo não esqueceu que os três senadores estiveram em palanques diferentes, quando ele foi reeleito, em 2020. Tampouco que o senador petista Rogério Carvalho foi adversário do projeto defendido por ele, Edvaldo, e pelo senador Laércio Oliveira, em 2022, sendo candidato a governador contra o então candidato Fábio Mitidieri, e, contra Laércio, apoiou o ex-deputado Valadares Filho para o Senado.
No caso do senador Alessandro Vieira, houve um acirramento ainda maior com Rogério Carvalho. Os dois foram candidatos a governador, em 2022, no ano passado, e esquentaram a chapa nos debates. É só puxar pela memória.
A união dois três senadores mencionada por Edvaldo quer dizer que tudo que foi dito foi “brincadeirinha”, e, hoje, eles são aliados que marcharão juntos nas eleições de 2024? De forma alguma. A política continua sendo uma guerra por espaços. Podem até se unirem no mesmo palanque; tudo é possível.
Entretanto, a frase de Edvaldo vai num contesto diferente. Ratifica ser possível, sim, os políticos serem adversários durante as campanhas, mas se unirem, passado o pleito eleitoral, quando os interesses de Aracaju, de Sergipe estiverem em xeque.
A disputa política, quando não excede e atenta contra a honra, vale-se da corrupção ou trilha o caminho da violência é trivial e, em certos casos, até salutar. Prejudicou o coletivo, no entanto, precisa ser interrompida com urgência. A frase de Edvaldo é perfeita para resumir tal juízo.
