Por Joedson Telles
Essa é boa. E na hora do jantar melhor ainda. Assistir na televisão, na noite de ontem, que, convidado a explicar as vantagens que estariam virando a cabeça dos candidatos à vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE) – Susana Azevedo e Belivaldo Chagas -, o presidente do TCE, Carlos Alberto Sobral, mandou bem. Quer dizer, pra uns.
Sem pensar duas vezes, Carlos Alberto respondeu seco que não sabe se um conselheiro do TCE ganha bem, quando compara seu vencimento, por exemplo, ao que um coitadinho de um diretor da Petrobrás bota no bolso todos os meses: R$ 100 mil. Só – e só de salário, é bom observar. Como todos os cargos de chefia no serviço público, há ainda as vantagens. E que vantagens…
Um conselheiro do TCE, por sua vez, ganha a mixaria de R$ 25.323,51. Só isso. Aí eu pergunto: e o senhor pobre mortal internauta, qual o seu vencimento? Não precisa revelar. Tem gente que nem emprego tem. É como aquela desgastada frase usada no vidro traseiro de carros velhos: “pior é andar a pé”.
O que sufoca os lúcidos de curiosidade, não sem antes matá-los de indignação, contudo, é tentar entender e degustar em seguida, óbvio, como um cidadão que mora num país onde crianças morrem de fome todos os dias, e outras tantas deixam este mundo por falta de medicamentos, percebe R$ 100 mil sozinho para ser diretor de uma empresa estatal. Ou seja, o cidadão é pago com o suor de quem tem a sorte de ter um emprego nesta selva chamada Brasil.
O que faz de tão importante e produtivo para o Brasil que justificaria reunir em sua conta bancária o dinheiro que resolveria o problema de tantas pessoas? Como está-se tratando de um cargo político, uma cadeira na qual só senta aliado de quem dá as cartas, não é difícil imaginar. Deve trabalhar duro. Bem duro.
P.S. Nada contra quem é competente, trabalha e se faz merecedor de um excelente vencimento. Mas tudo contra os excessos