A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) realizou, na tarde desta terça-feira, dia 5, mais uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Limpeza Pública Urbana que investiga contratos firmados entre a prefeitura municipal de Aracaju a empresa Torrem entre os anos 2010 e 2016. Em sua 8ª reunião, a CPI do Lixo ouviu os delegados Daniele Garcia e Gabriel Nogueira, os responsáveis pelo inquérito que originou a ‘Operação Babel’.
Já no início da sessão, Elber Batalha, o único membro da oposição que compõe a CPI do Lixo, questionou o presidente da Comissão, Vinicius Porto, que resolveu alterar a data da investigações da CPI do Lixo. Elber explicou que o requerimento apresentado na CMA para a instalação Da CPI era de 2010 à 2017. “O meu requerimento para a instalação desta CPI é de 2010 à 2017 e logo na nossa primeira reunião firmamos o compromisso de retornar essa questão sobre o ano de 2017. Essa decisão unilateral da presidência da CPI em retirar as investigações sobre o ano de 2017, justamente o ano que iria investigar o envolvimento do prefeito Edvaldo Nogueira, é muito suspeita, uma clara proteção. Vinicius Porto indeferiu o ano de 2017 e fez junto comigo esse requerimento quando ele ainda era oposição”, lembrou Elber.
A delegada Daniele Garcia, ao iniciar seu depoimento, lamentou que o ano de 2017 não pudesse vir à tona na Comissão. “Estou muito sentida porque teríamos muito mais o que falar sobre o ano de 2017. Muita cosia interessante sobre o contrato emergencial que foi firmado entre a Prefeitura de Aracaju e a Torre neste ano. Mas, estou à disposição para retornar à Câmara para falar sobre esse assunto”, lamentou.
O delegado Gabriel Nogueira fez um apanhado de tudo o que foi investigado à época, esmiuçando contatos entre a Torre e a Prefeitura de Aracaju, através da Emsurb. “A pesagem dos rejeitos e entulhos foi feita de forma totalmente irregular pela Torre, com anuência da Emsurb. Além disso, os superfaturamentos contratuais que só em 1 lote ultrapassou em dois meses de R$55 milhões para R$105 milhões”, informou.
“Existe ainda muita coisa a ser investigada, a vinda dos delegados esclareceu os superfaturamentos dos contratos de 2010, na gestão da ex-vereadora Luciana Passos, as artimanhas da pesagem na gestão de Júlio Flores, a participação de fiscais de Emsurb e funcionários das empresas concessionárias e vários nomes foram citados que servirão de objeto para que venham à CPI prestarem esclarecimentos. Esta reunião foi muito proveitosa e teremos novas linhas de investigação. Vimos aqui o quanto de dinheiro público foi literalmente para o lixo”, finalizou Elber Batalha.