Por Joedson Telles
Na semana passada, o jornalista Habacuque Villacorte, em sua coluna, “Politizando”, postada no site Faxaju, publicou duas notas que deixam evidente ser preciso o governador do Estado, Belivaldo Chagas, ainda que esteja em exercício, estar de olhos bem abertos para coisas que aparentam pequenez, mas podem caminhar como micose a provocar estragos inimagináveis. Vejam o que quase passou despercebido, depois entro em campo.
“O delegado de Polícia Civil, Alessandro Vieira, parece não ter concordado com a trégua que a Adepol deu ao governo do Estado. Ele usou um grupo das redes sociais formado por delegados ressaltando que a Mesa de Negociação é inócua e que o vice-governador Belivaldo Chagas ‘não tem poder de decisão’. A declaração de Alessandro Vieira causou estranheza no meio policial e, para alguns, pode ter influenciado a reação da base da PC. Vale lembrar que Alessandro exerce, atualmente, o cargo de Diretor do Departamento de Homicídios, comandando uma equipe de cinco delegados e 60 agentes. Pelo visto, dentro da SSP tem gente acendendo duas velas…”, escreveu Habacuque.
No gramado. Que história é essa? Quer dizer, então, que o governador de Sergipe em exercício não tem poder de decisão? E aquela história de governar a quatro mãos? E os discursos elogiosos do titular Jackson Barreto, sobre a importância de Belivaldo nas decisões da gestão? É tudo enganação? Demagogia? A julgar pelo que o jornalista escreve, o delegado precisa explicar melhor essa história. Presta um grande serviço à sociedade, ao desvendar mistérios, ou é injusto com o governador em exercício, e até com o titular? Ou ainda, como diz Habacuque, estaria acendendo duas velas?
Não entendi. A riqueza da língua portuguesa permitiu ao jornalista Habacuque ser irônico, ao fazer uso do que conhecemos como reticências. E garante a qualquer leitor interpretar o final da história como quiser…
É bem verdade que o governador em exercício, Belivaldo Chagas, carinhosamente conhecido como ‘Galeguinho’, é do bem. Um homem educado, amigo e sério. Aliás, neste mundo político, onde muitos não passam de picaretas dissimulados, que só pensam em se dar bem – ainda que para isso ferrem ‘amigos’-, Galeguinho está para a exceção da regra. Mas, “ser bom não é ser besta”, diz o lugar comum também lá em Simão Dias.
É preciso explicar melhor essa tese de que Belivaldo Chagas não apita. Jogar luz sobre essa história das duas velas também seria importante. Num estado sem segurança como Sergipe, onde até policiais estão sendo assassinados dentro de casa, o que o governo, e muito menos a sociedade, definitivamente, não precisam é arrumar mais problemas – sobretudo quando envolvem quem é pago justamente para prover soluções.
P.S. Em off, uma autoridade da SSP lança o juízo: “Por questão de lealdade a quem o nomeou, Alessandro Vieira precisa esclarecer se tem informações privilegiadas ou se não confia no governo do qual faz parte”.