Por Joedson Telles
O prefeito Edvaldo Nogueira emitiu uma nota pública assegurando não apenas que nunca conversou com ninguém sobre o seu futuro político como também ratificando o óbvio: seu foco, neste momento, é cuidar dos inúmeros problemas de Aracaju. “Temos que enfrentar para reconstruirmos nossa cidade”, diz. O juízo veio a propósito do que classifica como boatos sobre uma pré-candidatura sua a governador do Estado, em 2022. Lúcido, Edvaldo rechaça de pronto o açodamento.
“Acho muito cedo para discutirmos a eleição de 2018 e o governador Jackson Barreto é o coordenador e líder na condução desse processo. Quanto a 2022, qualquer especulação é verdadeira miragem. Essas especulações podem ser tentativa de criar divisões no nosso grupo, e de tentar desviar as atenções para tema secundário. Sou candidato, sim, mas a governar Aracaju pelos próximos quatro anos. Não penso em 2018, nem em 2022, penso e trabalho para reconstruir nossa cidade. Cada dia com sua agonia”, lembra Edvaldo Nogueira.
Até uma criança sabe que, em Edvaldo Nogueira tirando Aracaju do caos – sobretudo fazendo o milagre dos pães –, potencializa seu nome como político e se torna, de fato, um nome forte para 2022. Seja para o Governo do Estado ou o Senado Federal, Edvaldo passa a ser um nome forte. É assim no mundo político e em quase tudo na vida: os melhores são lembrados para os maiores desafios.
Todavia, acho de uma sabedoria magistral, Edvaldo focar Aracaju e não embarcar no açodamento. Lógico que, se setores da imprensa o acha o melhor para governar do Estado, a partir de 2023, isso o incentiva a trabalhar cada vez mais. Ninguém cogita lançar um nome para ser governador do Estado se não tem neste nome uma referência de bom gestor. Mas vejo um Edvaldo atilado, ao agradecer o reconhecimento, mas continuar focado em Aracaju, cujos problemas já são suficientes para abarrotar sua agenda, nos próximos anos.
Se Edvaldo estivesse alimentando uma ideia que, se for mesmo viável, só poderá ser materializada em 2022, já em 2017, com tantos problemas deixados no seu colo pelo ex-prefeito João Alves Filho, seria irresponsável ou estaria precisando ser internado. Não seria a pessoa certa para os desafios de Aracaju. Felizmente, Edvaldo, pelo que externou, descarta o delírio e pensa como o que assina este texto.
Edvaldo, assim que a campanha eleitoral de 2016 acabou, comemorou a vitória, desceu do palanque, partiu para a transição do governo e não parou mais de trabalhar para, como ele mesmo diz, reconstruir Aracaju. Isso é visível. Se não conseguiu resolver tudo ainda, lembremos que ele está há apenas um mês e meio como gestor de uma Aracaju que recebeu na UTI. Roma não foi feita em um dia. Tirar o foco de Edvaldo da gestão não é uma atitude positiva à população. Não ajuda. Aracaju precisa de um prefeito que lhe garanta exclusividade. Entender isso e deixar Edvaldo trabalhar é se somar à causa coletiva.