Por Joedson Telles
Vai uma Heineken canela de pedreiro que essa história da grana do Proinvest não morrerá até o dia da eleição? Que a oposição surfará na onda até lá? Ressalvando a temeridade que todo julgamento requer, quem aposta outra canela que o interesse é exclusivamente zelar pelo dinheiro do contribuinte? Que faturar politicamente é mera consequência? Aposte…
Evidente que ouvir da boca do próprio governador que encontrou o caixa limpo suscita, de pronto, o sentimento por uma investigação rigorosa. É imperioso saber como cada centavo foi gasto e por quem foi gasto. Isso mesmo: por quem foi gasto cada centavo do Proinvest.
Apesar do espanto que as declarações do governador provocaram, ressalto, em tempo, que ainda que esta fosse a intenção de JB, o próprio até já se desculpou, as setas não têm como endereço o saudoso Marcelo Déda. Jamais. Déda deixou o legado da honestidade. Até quando as Fundações da Saúde foram criadas e alimentadas no seu governo, o joio foi separado. Déda, não…
O próprio presidente do PT de Sergipe, o ex-deputado Rogério Carvalho, já ventilou que a grana do tal Proinvest, quando entrou em cena, Déda agonizava num leito do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Sequer viu a cor do dinheiro.
O que faltou lembrar é que Déda não passou o governo para Jackson Barreto. Criou o então “Núcleo de Governança” à base de petistas de extrema confiança do próprio Déda, que, evidentemente, não tinha condições físicas para executar nada – nem de positivo nem de negativo.
E o que Joedson Telles quer dizer com isso? Boa pergunta. Se o dinheiro do Proinvest evaporou, foi usado para outros fins, rasgado… Seja lá como deixou os cofres públicos como disse JB, a menos que alguém apresente uma prova irrefutável contra Marcelo Déda, tirem o seu nome deste angu.
Os responsáveis pelo governo na ausência do saudoso que se expliquem à sociedade e ao governador Jackson Barreto, que, a meu ver, pecou quando tomou conhecimento dos fatos, em se provando gravíssimos, mas não determinou, de pronto, uma investigação rigorosa, dando ciência de tudo aos sergipanos.
Por estratégia política equivocada ou excesso de consideração aos aliados, Jackson calou e, assim, avocou pra si a responsabilidade sobre supostos erros alheios. Aliás, JB comete o mesmo pecado agora quando tenta anular o que disse, ao se desculpar com Eliane Aquino.
“Os recursos do Proinvest foram aplicados ao longo do meu governo em obras. Já prestamos contas à Caixa Econômica Federal da primeira parcela, que aprovou a prestação de contas, e já estamos aptos a acessar a segunda parcela”, disse ainda no calor da polêmica declaração.
Jackson pode até está falando a verdade. Quem sou eu para duvidar e chamá-lo de mentiroso sem ter como provar. O problema é a sociedade engolir duas histórias contraditórias contadas pela mesma pessoa em tão curto espaço de tempo. Compute-se à desconfiança a pilha que já começou a colocar a oposição…
Se quiser passar mesmo uma borracha no assunto, diminuir o peso no processo eleitoral, Jackson precisa começar a mexer os pauzinhos para que uma investigação rigorosa e séria jogue luz sobre os fatos. Precisa fazer isso pra ontem. Até para manter vivo aquele lugar comum “quem não deve não teme”.