Por Joedson Telles
A delegada Daniele Garcia anunciou, nesta sexta-feira, dia 13, ao ser entrevistada na Jovem Pan, que não apenas está filiada ao Cidadania como também à disposição da legenda para participar das eleições de Aracaju, em 2020. O grupo político ao qual faz parte – o mesmo do senador e também delegado Alessandro Vieira (Cidadania) -, contudo, ainda não anunciou se Daniele será candidata a prefeita de Aracaju.
“Não estou de brincadeira, como nunca estive em lugar nenhum. Sempre trabalhei com muita seriedade. Sempre entrei de cabeça em tudo que eu acreditava que tinha que fazer e fui até o fim, mesmo com todos os percalços. Todo mundo sabe a história. E mais um vez vai ser assim. Não foi uma decisão fácil. Venho conversando com Alessandro há muito tempo”, disse Daniele.
A delegada afirmou ainda que sempre pensou que não deveria fazer parte da política por entender que a sua expertise sempre foi muito mais técnica. Segundo ela, pensou que “não teria estômago” para lidar com a política, mas acabou motivada por decisões justamente políticas, que interromperam seus trabalhos.
“A decepção que tenho dentro de mim, por não ter terminado o que comecei, terminado as investigações que comecei naquela época, e poder, de alguma forma contribuir… Eu me senti tolhida no meu dever de fazer aquilo que tinha que ser feito. Enfim: sofri tudo que todos já sabem, não é segredo para ninguém, o próprio Alessandro é testemunha. Ele sabe a pressão que foi em cima dele para me atingir”, lembra a delegada.
Durante o governo Jackson Barreto (MDB), a delegada Daniele Garcia foi afastada da coordenação do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), no dia 4 de outubro de 2017, quando investigava empresários e políticos. “Eu tive que me recolher durante um bom tempo, só Deus sabe como”, lembra, ratificando seu compromisso principal: combater a corrupção.
“Essa experiência pode ser usada para benefício da população. Não é para mim, porque é muito mais fácil estar em Brasília com a vida tranquila. Mas nunca quis vida fácil. Se eu quisesse vida fácil não teria feito concurso para a polícia. Não teria me exposto. Podia ser uma delegada comum, qualquer, que está na minha delegacia, ganhando meu dinheiro, no final do mês, e fazendo o feijão com arroz. Nunca foi assim. Meu propósito é fazer o correto”, disse.