O senador Rogério Carvalho (PT/SE) compartilhou suas expectativas para a audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro desta terça-feira, dia 3. Durante a reunião, os parlamentares irão interrogar o empresário Argino Bedin, suspeito de ter financiado os ataques aos prédios dos Três Poderes.
Argino Bedin será ouvido como testemunha e teve suas contas bancárias bloqueadas por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em novembro do ano passado. Segundo relatório, ele faz parte de um grupo de empresários suspeitos de financiar atos antidemocráticos, como bloqueios e obstruções de estradas, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.
Por essa razão, Carvalho enfatizou a importância desta audiência e destacou suas preocupações com relação aos eventos que culminaram em 8 de janeiro. “Nós já tivemos aqui pessoas que participaram na tentativa de fraudar a urna eletrônica, a convite do Presidente da República. Nós já tivemos aqui pessoas ligadas ao Presidente da República que participaram de todas as conversas e articulações do 08 de janeiro e de um possível golpe. Já tivemos delações e delatores que estiveram aqui, que afirmaram que o presidente participava de todas as atividades que levaram ao 08 de janeiro, com o objetivo de dar um golpe de estado”, afirmou.
Ele prosseguiu enfatizando a necessidade de esclarecer os financiadores e organizadores desses atos.”Portanto, é um momento oportuno para fechar todas as frentes: quem financiou, quem organizou e quem idealizou a tentativa de golpe e a agressão à democracia brasileira”, disse.
Carvalho também caracterizou os acontecimentos de 8 de janeiro como “uma ação tão grotesca, tão violenta e tão visível, tanto antes do ato quanto durante todo o governo do presidente Bolsonaro, que não há mais muito o que esperar.” Ele concluiu sua fala destacando a necessidade de apresentar um relatório com o pedido de responsabilização do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.