Por Joedson Telles
Pré-candidato a prefeito de Nossa Senhora do Socorro, o deputado federal Jony Marcos, o Pastor Jony (PRB), diz nesta entrevista que está firme no seu projeto e não recuará, tendo ou não o apoio do atual prefeito do município Fábio Henrique (PDT). “Eu não condiciono ao apoio de Fábio Henrique. Eu realmente fico à vontade para dizer que sou pré-candidato a prefeito de Socorro por ideologia”, diz, explicando que continua conversando para fortalecer o projeto. “Continuo trabalhando, inclusive visitando as comunidades. Eu botei a proposta da pré-campanha para prefeito de Socorro em cima de três pilares. O primeiro é porque há uma lacuna em Socorro. O segundo pilar é participar do entendimento com o agrupamento do prefeito. O terceiro pilar, e acho o mais importante, é o entendimento que eu estou tendo com o povo de Socorro”.
O deputado federal Jony Marcos continua conversando para uma possível disputa pela Prefeitura de Socorro?
Continuo trabalhando, inclusive visitando as comunidades. Eu botei a proposta da pré-campanha para prefeito de Socorro em cima de três pilares. O primeiro é porque há uma lacuna em Socorro. O prefeito Fábio Henrique já cumpriu dois mandatos e legalmente não poderá ser mais candidato. Eu sou uma pessoa que já morei em Socorro, pastoreei em Socorro, tenho uma afinidade grande com os políticos de Socorro porque eu faço política na Grande Aracaju há mais de 12 anos. O segundo pilar é participar do entendimento com o agrupamento do prefeito, com os secretários, com os assessores, auxiliares e mostrar a eles que o trabalho de Jony prefeito é a continuidade do que Fábio Henrique vinha fazendo, até porque eu votei e pedi voto pra Fábio Henrique nas duas candidaturas dele e ainda ajudei a deputada Sílvia na cidade de Socorro na eleição dela. O terceiro pilar, e eu acho o mais importante, é o entendimento que eu estou tendo com o povo de Socorro. Eu estou caminhando muito em Socorro, estou visitando os bairros, falando com as pessoas, e através dessas caminhadas eu tenho percebido a aceitação das pessoas e inclusive as pessoas têm pedido para que eu não desista de forma alguma da campanha para que a gente possa disputar e vencer a eleição e fazer um bom mandato lá. Em cima desses pilares, com o entendimento com o povo de Socorro, com os políticos de Socorro e com essa afinidade que eu tenho com a cidade de Socorro.
Condiciona sua pré-candidatura ao apoio de Fábio Henrique?
Eu não condiciono ao apoio de Fábio Henrique. Eu realmente fico à vontade para dizer que sou pré-candidato a prefeito de Socorro por ideologia. Eu acredito muito numa convergência para o grupo de Fábio Henrique, ate porque ele tem um agrupamento político em Socorro que tem uma competência notória. Ele tem um bom secretário de finanças, um bom secretário de saúde, que é meu amigo, bom secretário de transporte e obras, o Cleverton, um bom secretário de planejamento que é meu amigo chamado Gleidson. Ele tem vários companheiros que são competentes. Eu acredito que esse time tem o anseio de continuar trabalhando por Socorro porque eles fizeram um projeto e através desse projeto nasceu um sonho de ver Socorro crescendo. No meu entendimento, eu acho que me encaixo perfeitamente na condição de candidato que possa dar um respaldo pra continuidade desse crescimento de Socorro. Eu tenho conversado inclusive com os aliados de Fábio da possibilidade da gente ajustar o nosso entendimento político para disputar e vencer a eleição. Não é condicionante que Fábio Henrique me apóie, porém, seria muito interessante e importante que a gente pudesse trabalhar junto.
O que falta para esse acordo?
Eu tenho conversado muito com Maria da Taiçoca (vereadora que preside a Câmara Municipal) e a gente tem que entender ela ainda está no PDT. Embora ela tenha estreitado suas conversas com o deputado Laércio Oliveira (Solidariedade), mas ela ainda não migrou pela Solidariedade. Ela não está colocando seu nome como pré-candidata a prefeita pelo partido de Laércio. Eu tenho conversado muito com dona Maria que é uma grande amiga minha, uma liderança muito grande na cidade de Socorro, vereadora por três mandatos, presidente da Câmara por oito anos, ela adquiriu uma liderança à frente dos vereadores porque eles confiam e acreditam no trabalho dela, e eu acho interessante que ela permanecesse no projeto. Enquanto ela não sair do PDT a possibilidade desse projeto ser unificado existe e nós no momento certo vamos conseguir chegar nesse entendimento. Estamos tentando formar uma coalisão de partidos e lideranças que possam levar Socorro para o sucesso nessa campanha de 2016.
Está conversando com o deputado Laércio Oliveira?
Laércio não é do grupo do governador Jackson Barreto. Eu tenho conversado com Laércio e fico bem à vontade para dizer que o apoio de Laércio numa situação desta é importante, porém temos procurado trabalhar convergindo com o agrupamento do governador Jackson Barreto. A nossa conversa é dentro do bloco no primeiro momento. Nada contra o apoio de qualquer partido que queria vir. Eu acho ate importante essa pluralidade de partido, independente de ideologia ou de posicionamento político para que a gente possa trabalhar o crescimento da cidade de Socorro. Socorro é uma cidade pujante. Talvez a mais pujante do estado de Sergipe. O distrito industrial de Sergipe está em Socorro hoje. As 10 principais indústrias de Sergipe estão em Socorro, gerando emprego e renda, e vizinho em Socorro essas indústrias começam a se instalar. Temos agora uma fábrica de cimento que será instalada em Santo Amaro que é vizinho a Socorro. Essa prosperidade de Socorro tem afetado os municípios ao redor, para o crescimento desses municípios. Socorro, hoje, caminha para ser a principal cidade depois da capital no quesito conforto, qualidade de vida para o idoso, para a criança. Socorro ainda necessita de alguns investimentos na área de turismo, educação e cultura principalmente. Socorro precisa de teatro, de fóruns permanentes sobre cultura, acolhimento para idosos, um parque municipal para que as pessoas possam se exercitar. Socorro está pronta para dar um grande salto maior do que já deu. É preciso que o administrador além de ter competência e experiência em administração pública tenha visão de futuro para ter o entendimento do momento que Socorro está passando. Eu acredito que o agrupamento de Fábio Henrique está enxergando isso, eu estou enxergando. Maria da Taiçoca que é uma presidente da Câmara muito competente e também é futurista, ela tem visto a possibilidade de Socorro continuar nesse ritmo. Por isso que eu continuo trabalhando politicamente para que haja essa coalisão que possa nos levar a vitoria. Mas não é condicionante para a minha candidatura.
Em Aracaju, o PRB terá candidato a prefeito?
O PRB não lançou pré-candidato em Aracaju porque decidiu trabalhar em Aracaju para o projeto de Socorro. Vamos fazer em Aracaju uma aliança que tenha impacto em Socorro. A política é uma composição. Você não pode e não deve ocupar todos os espaços da política. Os governos quando se elegem começam a construção de uma maioria no parlamento. Ganhou a eleição, começa a dialogar com os legisladores para fazer uma maioria no legislativo porque entendem que os partidos precisam compor a base aliada e cada um vai apresentar a sua ideologia, os seus projetos, e dentro de um consenso vão apresentar. Ninguém consegue ser excelente em todas as áreas. Não podíamos lançar um pré-candidato em Aracaju e ao mesmo tempo em Socorro, querendo que os demais partidos apoiassem os dois ao mesmo tempo. É como querer ter dois candidatos na chapa majoritária. É preciso entender que deve haver espaço para que os demais partidos que disputam a eleição possam expressar seus projetos e sua ideologia através de um mandato.
E nos demais municípios?
O PRB, hoje, tem 30 pré-candidatos a prefeito no estado de Sergipe, temos grandes filiados como o deputado Jairo de Glória, que é uma liderança em ascensão no sertão sergipano. O pastor Heleno, que é uma grande liderança também nos sertão. Doutor Ivan Leite, que é uma grande liderança na região Centro-Sul do estado. Heriberto, grande liderança em Neópolis, e é uma grande liderança na região de Pacatuba, Japaratuba, Brejo Grande, e ele trabalha política naquela região. Temos outros nomes que também participam. O presidente da Federação Sergipana de Futebol, que quebrou uma hegemonia de 28 anos, também é filiado do PRB. Todos esses trabalhos em várias áreas sociais fazem com que o PRB seja um partido de expressão, porém não é um partido que quer dominar a política de Sergipe. Quer contribuir com a política do estado de Sergipe. Não poderíamos lançar pré-candidatos em todas as cidades da Grande Aracaju para não cometer o erro de querer tomar todos os espaços. Entendemos que das 30 pré-candidaturas que temos a prefeito do estado, Socorro se tornou a principal, não porque Jony é presidente do PRB e seria o principal candidato, mas é pela importância da cidade como segundo colégio eleitoral do estado, como segunda cidade mais habitada do estado, como pólo industrial. Socorro é uma extensão de Aracaju. Isso torna o projeto muito importante, e para alcançarmos vitória e êxito no projeto de Socorro não lançamos pré-candidato em Aracaju.
O PRB está mais próximo de quem, hoje?
Vamos trabalhar dentro do bloco. Temos hoje os pré-candidatos anunciados Valadares Filho e Edvaldo e aguardamos que o governador decida como líder dessa coalisão, que está unida desde o tempo do saudoso Marcelo Déda, ele decida como iremos trabalhar para a campanha de prefeito de Aracaju não tomamos decisão nenhuma ainda justamente porque aguardamos a direção do líder desse projeto. Porém, claro que esperamos que a decisão dele não prejudique o PRB. Ninguém pode te pedir pra morrer. Acreditamos que ele tomará uma decisão que o PRB esteja dentro do contexto, e assim teremos o prazer de acompanhá-lo.
Seria uma harmonia entre o projeto de Socorro e a escolha do nome para Aracaju?
Exato. Até porque eu tenho certeza que a ideia do governador é manter seu agrupamento político forte e vencendo. Eu sou uma pessoa que converso com todo mundo. Converso com líderes do Democratas, PSDB, com lideres do Solidariedade, com líderes do PSB, do PSD, com todo mundo. Mas o entendimento político é a lógica da coisa. Temos um bloco e temos a necessidade de acompanhar esse bloco. Para que não acompanhássemos esse bloco somente se ele nos expulsasse não nos permitindo participar das composições que nos dê oportunidade de exercer mandato e apresentar nossos projetos à sociedade. A política é muito difícil e é um instrumento que precisa ter muita paciência. Dentro desse entendimento estamos trabalhando corretamente, com paciência pra esperar porque cada coisa em seu lugar. Eu hoje trabalho meu mandato como deputado e o prefeito Fábio Henrique trabalha o dele como prefeito, mas na hora certa vamos tomar decisões que possam definir o rumo das eleições desse ano.
Eduardo Amorim seria um bom reforço?
Eduardo Amorim é um grande líder do estado de Sergipe. Eu não sei como ele vai agir nas próximas eleições, não sei se ele afirmará a candidatura a prefeito de Aracaju, mas acho que ele é um jovem senador da República que se esmerou bastante para aprender a arte da política. Ele está preparando-se cada vez mais para ocupar espaços maiores na política do estado. Eu já votei nele para o Senado e acredito muito no trabalho dele. Vejo como ele é um político atuante. Agora, eu entendo que quem decide o rumo do político é o povo. Se o povo continuar ratificando que continua com Eduardo Amorim acredito que ele terá um grande futuro na política. É muito importante o apoio dele. Não sei se ele iria para o bloco, porque se ele vier será para co por o bloco, e o projeto dele é de ser líder do bloco. Para que ele pudesse vier para esse bloco ele não poderia liderar, porque esse bloco já tem líder que é o governador Jackson Barreto. Ele poderia participar do bloco como liderado. Não sendo o projeto dele seria uma decisão dele. Porém, como liderança que ele se projetou até o momento talvez não seja o intuito do projeto que ele encabeça hoje.
Como avalia o pedido de prisão de Lula e a possibilidade de impeachment de Dilma?
Lula tem sido um grande líder político do Brasil. Dizem que os países procuram heróis. Eu acho que Lula foi a figura que nos últimos tempos se tornou a mais popular do Brasil. Eu fui à Israel recentemente e em uma colônia brasileira que vive lá perguntaram se o próximo presidente seria Lula. Ele é muito bem visto na comunidade internacional. O Brasil vive dias muito difíceis e vemos ações sistemáticas do Judiciário manchando a imagem de uma pessoa apenas porque ela cai num momento de suspeição, e suspeição não pode ser tratado como condenação. A forma como estão judicializando todas as ações acaba sendo prejudicial para nosso país. Lula precisava ser chamado para depor debaixo de holofotes e a mercê da imprensa que pudesse divulgar qualquer tipo de condenação antes mesmo do julgamento? Eu acho que não seria necessário, até porque se trata de uma figura de uma pessoa que é blindada pelo governo brasileiro até o dia de hoje porque é um ex-presidente, e conhece segredos da nossa nação que nenhum outro brasileiro comum conhece. Ele esteve numa posição de ordenador de despesas, onde suas decisões discricionárias poderiam levantar ou reduzir o Brasil, e ele fez um grande governo. Ele estabelecia superávit primário de 5%, e, no final do ano, conseguia 7%. Isso fez com que o Brasil criasse um fundo de reserva e deixasse de depender de bancos estrangeiros, de fundos monetários, e o Brasil conseguiu uma independência. Gerou-se muito emprego, trouxe muita indústria, muito investimento do exterior para o Brasil e ele fez um mandato que eu considero muito bom. Eu se fosse da oposição estaria reclamando do Poder Judiciário porque lançaram o nome de Lula para presidente em 2018. O tiro saiu pela culatra. A ação do Judiciário fez com que Lula voltasse para o jogo político. Uma ação que causa um impacto político direto no Brasil demonstra como essa ação não foi acertada, mas determinações da Justiça a gente apenas cumpre. Nessa situação criou uma onda de pessoas que estão indo as ruas pedir a volta de Lula como presidente do Brasil. Essa judicialização de todas as ações do Brasil não têm sido apenas uma ação do Judiciário. Eu acho que o Judiciário está saindo da alçada dele e acaba invadindo a esfera de outros poderes. Está legislando, executando, fazendo tudo ao seu entendimento. Você vê, por exemplo, o Ministério Público selecionando personagens do Judiciário, querendo que certos topos de processos sejam tirados da figura A do Judiciário e indo para figura B porque acreditam que indo para a figura B os holofotes serão mais fortes, a forma de condução terá mais impacto e isso não está sendo bom para o Brasil. Se Lula deve ele vai ter que pagar. Quando se fala de empreiteiras envolvidas em escândalo tem que ver que essa mesma empreiteira que fez um regalo para Lula, se é que fez, também doou para a campanha do PSDB, PT, Democrata… Então essa empreiteira quando faz um regalo para um partido é corrupta, mas quando faz para outro não é? Existem dois cofres, um de dinheiro limpo e um de dinheiro sujo e você será condenado porque o dinheiro que recebeu do cofre do dinheiro sujo e fulano não será porque veio da mesma fonte, mas do cofre do dinheiro limpo? Então, existem dois pesos e duas medidas que acabam trazendo prejuízo muito grande até para o censo de justiça do próprio brasileiro.