Uma “pedra de toque” na garantia da alfabetização das crianças. É com essas palavras que o secretário municipal da Educação, professor Ricardo Abreu, define o Educaju, o Programa Municipal de Fortalecimento da Alfabetização.
Concebido antes do período da pandemia, a partir de uma parceria entre a Prefeitura de Aracaju, a Associação Bem Comum e a Fundação Lemann, o Educaju auxilia na alfabetização linguística e matemática das crianças matriculadas entre o 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Atualmente, a rede municipal de Educação possui 13.483 estudantes nessa modalidade.
Por conta das dificuldades impostas pela pandemia da covid-19, o Educaju foi utilizado como forma de promover a recomposição da aprendizagem daqueles estudantes que tinham passado dois anos em estudo remoto. “O cenário que encontramos em 2022 era o de que as nossas crianças estavam gravemente afetadas. As habilidades de leitura e de matemática tinham sido gravemente afetadas pela pandemia. Nós utilizamos o Educaju como forma de suplementar e potencializar o trabalho do professor, além de garantir que ele tenha um material estruturado e especializado”, explica o gestor.
Neste ano, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), já começou a distribuir os cadernos do programa Educaju nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs). Esta é a primeira remessa de livros do Educaju entregues aos estudantes da rede neste ano; no total, são quatro etapas de distribuição, divididas por bimestres. Trata-se de cadernos de Língua Portuguesa, Matemática, Alfa Ler, Relembrando e um extra direcionado aos alunos que apresentam mais dificuldades. Os docentes recebem um kit para fins de orientação didática de como trabalhar metodologias ao decorrer das aulas.
“Nós continuamos utilizando o Educaju como uma ferramenta importante para a recomposição da aprendizagem. Mas agora também passa, gradualmente, a ser utilizado para a sua atividade-fim, que é garantir que todas as crianças sejam alfabetizadas na idade certa em Aracaju. É preciso que as crianças terminem o seu ciclo de alfabetização ao completarem cinco anos de idade. Aracaju precisa garantir que 100% das crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental sejam devidamente alfabetizadas”, destaca o secretário.
O diretor do Departamento de Educação Básica (DEB) da Semed, professor Evilson Nunes, afirma que o Educaju é calcado em um tripé: material complementar de suporte (Língua Portuguesa e Matemática); uma ação continuada dos professores a partir da análise de desempenho dos alunos; e um acompanhamento regular do trabalho em sala de aula. “O programa é um conjunto de ações, no qual temos atenção em como os alunos se encontram no início do ano, quais as dificuldades que eles apresentam, e a partir delas traçarmos a avaliação permanente, a recomposição da aprendizagem e a formação do professor. Com o Educaju, nós conseguimos mapear as dificuldades que o aluno apresenta e intervir nelas, para que o estudante tenha uma aceleração das aprendizagens”, salienta.
Segundo o diretor do DEB, neste ano já foram entregues cerca de 66 mil cadernos do Educaju neste primeiro bimestre. Além disso, serão realizados, ao longo do ano, cinco módulos de avaliações de leitura e três avaliações formativas de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática. “Tivemos um crescimento de cerca de 42% no processo de alfabetização dos nossos alunos através do Educaju. E agora, com os professores mais engajados, teremos muito mais. Precisamos garantir que todos os alunos do 1º e 2º ano sejam alfabetizados na idade correta; que os alunos do 3º ao 5º ano tenham a consolidação das competências e habilidades, e que os alunos que ainda não foram alfabetizados na idade correta agora consigam ter essa aceleração”, afirma Evilson.
Boa aceitação
Professores e alunos das escolas municipais têm uma boa aceitação em relação ao material didático do programa Educaju. Na Emef Manoel Bomfim, no bairro Bugio, a coordenadora pedagógica Denise Cordélia Santos destaca que todo o material para este primeiro bimestre já foi entregue. Para ela, o Educaju tem melhorado significativamente o aprendizado dos estudantes.
“Tem sido muito importante na recomposição da aprendizagem dos nossos alunos. Os professores gostaram e aderiram. É um material completo que trabalha muito a partir do texto como ponto de partida. Os livros do Educaju têm uma consciência fonológica muito boa. Também são bem coloridos, têm um recurso de imagens legais, têm caça-palavras, atividades de completar as sílabas, têm uma linguagem simplificada que as crianças alcançam. Os alunos e os pais gostam bastante”, destaca o diretor.
Na Emef Jornalista João Oliva Alves, no bairro Santa Maria, a professora Verona Augusta Silva Santos também reconhece as qualidades do Educaju. “O diferencial desse material é que ele é bem colorido, didático e ilustrativo. A criança realmente aprende a ler e a fazer as atividades sem muitas dificuldades. É perfeito, eu gostei muito”, diz.
As crianças também ficam bem animadas ao receber o material, e já notam a qualidade. É o caso de Laysa Sophia Ferreira da Conceição, de 11 anos, que estuda no 5º ano. “Eu gosto muito porque tem várias atividades diferentes. Além disso, esses livros têm uma boa explicação, para que a gente aprenda a ler e a escrever”, conta. A sua colega, Lara Sofia Feitosa Santos, de 10 anos, afirma que “o livro tem várias atividades interessantes e nos ajuda bastante na leitura. Eu, que não sei ler, já estou aprendendo”.