“Coloco minhas contas e meu sigilo fiscal, telefônico e bancário à disposição”, diz
Assegurando tranquilidade, cabeça erguida e moral elevada, a deputada estadual Goretti Reis (DEM), citada no depoimento do ex-deputado Mundinho da Comase (PSL) como envolvida no esquema de subvenção, assegurou que, se houve desvio na utilização de verbas, é uma vítima e não cúmplice. A deputada também lançou o desafio para que qualquer pessoa envolvida ou mesmo uma das autoridades que investigam o caso prove que ela recebeu de volta qualquer dinheiro que destinou a alguma associação como verba de subvenção. No depoimento de Mundinho, Goretti Reis é acusada de destinar, em 2013, R$ 60 mil à Associação Alajovem de Lagarto, e, após a lavagem do dinheiro, ter de volta 70% do valor.
“Coloco minhas contas e meu sigilo fiscal, telefônico e bancário à disposição da Polícia e do Ministério Público, e espero deles o mesmo tratamento honroso e respeitos que sempre lhes dispensei, aguardando que eles, finda a investigação, venham a público para com todas as letras afirmar quem acusou a deputada Goretti Reis de ter recebido de volta qualquer valor destinado a Associação”, desabafou a deputada.
Ressalvando que a destinação de verbas a associações filantrópicas, através do orçamento da Assembleia Legislativa, é algo louvável e salutar, Goretti Reis salienta que com os recursos centenas de instituições assistenciais sobreviveram e prestaram relevantes serviços à população sergipana. A deputada observa ainda que, se a verba é desviada, a culpa e a punição devem recair sobre quem distorceu seu uso, e não sobre o instrumento em si.
“Pensar diferente disso é amaldiçoar a lâmina ao invés de louvar o cirurgião ou maldizer quem com ela fere. Com esse norte em mente, indiquei, sem arrependimentos, várias associações à Assembleia, dentre elas a Ala Jovem da minha cidade de Lagarto, à qual a Assembleia destinou R$ 60.000,00 os quais, a meu pensar, seriam utilizados para eventos de alcance social, a exemplo do XXII Corrida de Lagarto”, explicou Goretti.
Por fim, a deputada diz que enquanto os fatos são apurados, espera da sociedade, da imprensa, das autoridades e até dos adversários políticos, o respeito à sua história. “De três gerações de políticos honrados que construíram sua vida política e pessoal com hombridade e suor. O direito de não ser julgada apenas com base numa alegação de quem, por desespero ou má orientação, tenta lançar no mesmo mar de lama no qual afunda, nós outros, que não somos melhores que ele, nem piores que ele, mas certamente diferente dele”, diz.