Por Joedson Telles
Criticar, às vezes até querer crucificar, o sergipano Diego Costa por ter optado pela seleção espanhola é de uma violência, de uma ignorância sem medida. Fico a perguntar aos meus botões: por que a CBF em vez de tentar jogar o Brasil contra o sergipano não partiu para outras alternativas – inclusive tentar recuperar Adriano, que, em forma, é 10 mil vezes melhor que Diego, Fred ou Jô? Pato nem é precisa escrever. É certo que poderia não dar em nada. Adriano só Deus e uma gelada. Mas, dada a necessidade, não custava ter tentado ressuscitar o artilheiro rubro-negro.
Insistir em Diego e espelhar raiva de criança, como o fez o técnico da Seleção Brasileira Felipão, é atestar a falta de um artilheiro nato no time brasileiro – como tantos que já tivemos: Careca, Romário e Ronaldo Fenômeno, para citarmos apenas três nomes. O Brasil, nitidamente, corre atrás de um bom jogador de área, na ausência de um excelente jogador de área.
Além de tudo, Diego Costa pode não ser este jogador esperado pela CBF e por parte da torcida. O rapaz está bem no campeonato espanhol, é verdade. Mas quem garante que suportaria o peso da amarelinha – sobretudo com a pressão de jogar a Copa do Mundo no Brasil? Só para reflexão: na Champions League, competição em nível de Copa do Mundo, enquanto o português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, lidera a artilharia com 12 gols, o nosso, quer dizer, agora dos espanhóis, Diego Costa, com o mesmo número de jogos, marcou míseros dois gols. Só 10 a menos que Cristiano. Só 10. Quem entende minimamente de futebol sabe o oceano que isso representa, sobretudo em se tratando de Champions League.
Volto aos botões antes de colocar o ponto final: se Diego dois gols na Uefa Costa faz este estrago todo, o que faria o ranzinza Felipão, que já treinou a seleção de Portugal, se perdesse Cristiano Ronaldo para o Brasil?