Por Joedson Telles
Aliado do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), o ex-prefeito de Capela, Manoel Sukita, faz uma análise do momento atual da política sergipana, quando as eleições 2014 batem à porta. Sukita defende que os líderes partidários escutem mais a voz das ruas, afirma que o governador Jackson Barreto está legitimado no processo, enquanto pré-candidato para tentar a reeleição, mas ajuíza que uma candidatura o prefeito João Alves Filho “desconserta todo o meio político”.
O PSB realizará uma reunião, nos próximos dias, para ter uma definição sobre as eleições 2014. Estaria mais para permanecer no grupo do governador Jackson Barreto ou para um rompimento?
De forma nenhuma rompimento. Eu entendo que o PSB tem toda mobilidade necessária para estar com Jackson, para estar com qualquer um outro agrupamento político, mas a prioridade continua sendo marchar com Jackson Barreto, e, ficou acordado que em abril sentaríamos com todo o partido e, naturalmente, que com a figura do governador para que a gente possa definir.
E quanto ao palanque em Sergipe para os pré-candidatos a presidente Eduardo Campos (PSB) e Dilma Rousseff (PT)?
A certeza que nós temos é que a decisão que a Executiva Estadual do PSB tomar a Executiva Nacional irá respeitar. A questão do palanque de Dilma e Eduardo é algo que tem que ser construído juntamente com o senador Valadares e o governador Jackson Barreto. É um entendimento que eu acho que não teria maiores dificuldades.
Uma candidatura do prefeito João Alves pode criar dificuldades para o projeto do PSB?
A candidatura de doutor João é uma candidatura que desconserta todo o meio político. É uma candidatura que precisa de uma reflexão profunda em todas as esferas da política sergipana, não só PSB como também demais partidos. Mas prefiro aguardar a decisão de doutor João. Até o dia 5 de abril, ele decide se será candidato ou não.
O PSB, na sua ótica, deveria fazer uma aliança com João Alves?
Eu tenho que escutar o povo, e tenho escutado e dormido tranquilo. A gente precisa formar uma opinião de acordo com o andar da carruagem, com a harmonia de cada dia. Acho que, até dia 10 de abril, as coisas vão estar postas na mesa.
O senhor sente que Jackson Barreto, hoje, é o nome legitimado para disputar o governo, inclusive pelo que já fez por este agrupamento?
Jackson tem os merecimentos dele. Tem os defeitos e tem as virtudes como todo mundo. Acho que ele fez por merecer estar aonde chegou, e naturalmente entendo como legítimo o merecimento dele de disputar a eleição na tentativa de governar mais quatro anos o Estado. Eu acho que é uma coisa que todos nós sergipanos temos que enxergar, seja o cidadão político ou cidadão normal. O ponto de vista em relação a Jackson Barreto é um só. É um cara que tem uma história, um caminho respeitoso, soube respeitar as alianças que formou e, naturalmente, chegou com a bênção de Deus ao cargo de governador e está lutando com unhas e dentes.
Há muita diferença entre as administrações Déda e Jackson?
Ele tem conseguido. O saudoso Déda…, passamos momentos difíceis devido à doença dele. O governo fuçou meio que parado, mas Jackson, diante da sua força de trabalho, colocou o governo para funcionar. Você vê uma melhora sensível na auto-estima da população e está voltando a alegria do povo. Eu acho que esses últimos 60 dias ele tem feito uma transformação para melhor.
Como deve funcionar a matemática, quando se tem vários nomes, mas apenas três vagas na chapa majoritária?
Eu acho que a situação requer muita reflexão. Hoje são quatro candidatos para três vagas. Não pode tirar uma xerox que ninguém vai querer a cópia. Eu acho que é uma questão de consciência e que está chegando com o tempo que ajuda a pessoa espairecer e vai dar tudo certo.Tanto doutor João, quanto o senador Valadares, quanto o próprio Amorim, o Rogério que é o presidente do PT e o próprio Jackson Barreto vão saber escutar o que o povo pensa, porque isso é o mais importante. Em política não dá para ficar pensando só o que a gente acha, planeja. Tem que procurar saber o que o povo pensa. Esse é um diapasão que eu uso diariamente que tem dado muito certo. A gente sente nas ruas o que a população mais ou menos pensa, mas, naturalmente, não dá para a gente sintetizar porque ainda está meio como um liquidificador. Naturalmente, você consegue sentir o que o povo quer, mas acho que isso tem que ser uma reflexão para quem está principalmente na ponta. Para Jackson, João, Amorim, Valadares, Rogério, são os líderes de partido que têm que ter essa sensibilidade maior. Não adianta pensar o que eu quero, o que eu penso, sem antes se colocar no lugar do povo. Hoje a comunicação está quase que universal. O cidadão tem acesso à informação, a condição de fazer suas análises de forma tranquila. A política do ‘ôba-ôba’ acabou . Hoje é a política da resolutividade. É a política da transparência. Eu acho que a população brasileira como um todo está tendo uma condição de votar melhor. Essa é a consciência que tem que chegar a nos políticos.