Por Joedson Telles
Por qualquer ângulo que se observe, é fácil constatar que o prefeito Edvaldo Nogueira acerta na mosca quando deixa falando sozinho qualquer um que queira antecipar o pleito de 2024, quando o bloco terá que apresentar um candidato ao eleitor com credenciais para dar sequencia à sua boa gestão à frente da Prefeitura de Aracaju. Foco apenas em dois destes ângulos para não fadigar o internauta: o do seu mandato e o político.
Como já antecipei, Edvaldo faz uma boa gestão. E isso se deve, em grande parte, obviamente, ao seu zelo com a cidade. Dividir o tempo, neste momento, entre administrar a PMA e discutir candidatura só atrapalharia seu trabalho. No mínimo, colocaria a qualidade em xeque.
Obras importantes, por exemplo, a Maternidade Lourdes Nogueira, talvez não saíssem do papel numa gestão cujo prefeito estivesse focado em antecipar eleição. Planejar e executar uma obra deste porte não é o mesmo que determinar uma operação tapa buraco na periferia. Exige o emprenho pessoal do gestor nos mínimos detalhes.
Aliás, entendo quando o prefeito diz que “discutir candidatura agora é não ter responsabilidade com Aracaju”. O aracajuano não espera uma postura diferente de quem recebeu carta branca para cuidar da capital por tantos anos.
Se do ponto de vista da gestão, antecipar o processo eleitoral seria maléfico, em se tratando do ponto de vista político, aí é que não seria nada bom mesmo.
Como todos sabem, Edvaldo será o comandante do bloco na sucessão municipal. Não soa exagero registrar que apontará o nome e os demais “terão” que concordar. Permitir que o cabo eleitoral Edvaldo “roube” o tempo do gestor Edvaldo açodadamente, neste momento, seria avocar para ele próprio pedradas de adversários. Edvaldo presentearia os do contra com o discurso de que ele, Edvaldo, abandonou a cidade para cuidar da eleição.
Empurrar a política para o momento oportuno, além de eliminar este discurso, ainda lhe permite analisar melhor, refletir mais, pesar prós e contra antes de soltar o nome do seu candidato.
O cabo eleitoral Edvaldo já foi derrotado uma vez, ao apoiar uma candidatura do ex-deputado federal Valadares Filho (a prefeito sucessor do mesmo Edvaldo na PMA) contra o saudoso João Alves Filho, em 2012. Este pleito, certamente, lhe empresta uma experiência muito útil para não errar em 2024.
Até porque, Edvaldo sabe que o êxito do seu futuro político, ao que tudo indica disputar a eleição para senador, em 2026, passará pelas suas gestões na PMA, mas contará muito favoravelmente ter um aliado sentado na cadeira de prefeito de Aracaju, dando sequencia ao seu trabalho e, evidentemente, abraçando sua candidatura. “Melhor é o fim das coisas do que o seu principio; melhor é o paciente do que arrogante”. Eclesiastes 7: 8 – livro bíblico ao qual o prefeito costuma recorrer.
