Por Joedson Telles
Ainda sobre a resposta que o presidente Jair Bolsonaro deu ao amigo jornalista Marcos Couto, que cumpriu sua obrigação de ofício, naquela história do leite condensado, creio que o presidente só agiu – e age – desta forma rasteira, abominável, bufa, justamente, por saber que tem plateia para aplaudir tudo que faz. Estando ele certo ou errado. Sabe aquela história de “querer se aparecer?”
Bolsonaro demonstra carecer do calor de pessoas que “não entendem” que o dinheiro público não pode ser gasto de qualquer jeito – e sem questionamentos. O presidente parece que precisa do juízo coletivo – irresponsável ou inocente – que vele que a máquina pública pode ser tocada como se fosse uma cozinha particular ao bel prazer de qualquer aventureiro.
Felizmente, nem todos rezam na cartilha do atraso. A indignação existe. Jamais será algo normal gastar R$ 15 milhões de impostos em leite condensado. Outros milhões em coisas afins. Sobretudo num país onde há fome e outras dificuldades que não poupam sequer crianças, é inaceitável. Continuaremos a bater na tecla. A indagação da mídia nacional, ecoada pelo genuíno Marcos Couto, tem intrínseca a questão social.
Um presidente que conhece a liturgia do cargo, que tem o mínimo de preparo, vê na imprensa séria uma aliada, para dar transparência ao povo dos atos do seu governo. A trata com respeito. E recorre à Justiça quando não há seriedade no jornalismo. Mas usar palavras de baixo calão, tentando intimidar jornalista? Jamais. Recurso de despreparado para delírio de desprovidos de discernimento.
Aliás, pobre do país cujo presidente não é visto como um servidor público bem remunerado para oferecer o seu melhor à população, mas como um ídolo. Um ser superior a Deus. Totalmente sem pecados. O resultado salta aos olhos.