Por Joedson Telles
Leio mais uma nota na imprensa ligando o ex-governador Belivaldo Chagas à eleição para prefeito de Aracaju, em 2024. Logo ali, portanto. Apesar disso, o ex-governador segue com o discurso: “é cedo” para tratar do assunto. Não deixa de ter razão.
Primeiro, se Belivaldo abrisse o debate seria deselegante, já que é unanimidade dentro do bloco que caberá ao prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, comandar a sucessão. É de praxe, aliás. Este grupo, desde que foi criado sob a batuta do saudoso Marcelo Déda, adotou o procedimento. O próprio então governador Belivaldo soprou o apito, nas eleições 2022. O político a ser substituído comanda o barco. Escuta e respeita todos, mas lidera o processo.
Segundo, e o próprio Belivaldo deixa isso claro nas entrelinhas, não lhe cabe se oferecer como alternativa. O fato dele fazer parte do grupo, ter a experiência de um ex-governador que arrumou uma casa bagunçada e ter deixado claro que não está aposentado dispensam quaisquer verbos.
Terceiro, assim como no futebol um bom treinador só revela a escalação do time momentos antes da partida, para dificultar a vida dos adversários, ainda que o nome do bloco estivesse definido – sendo Balivaldo ou outro – seria amadorismo revelar, neste momento. Seria oferecer munição para o desgaste.
Portanto, acerta Belivaldo quando se mantem na ativa, assume o PSD, conversa com outros políticos, dando provas de que está no jogo, mas nada de se oferecer como nome para a disputa.
Belivaldo demonstra lucidez diante do assunto. A impressão que ele deixa é que passa longe de ver uma pré-candidatura sua como uma questão de vida ou morte. Belivaldo sabe da importância da coesão do agrupamento para entrar forte na disputa; e, na sua paz de espírito, parece dizer: se não for para “resolver” não será para atrapalhar.
