Por Joedson Telles
Ao aceitar assumir a Presidência do PSD de Sergipe, nesta sexta-feira, dia 24, o ex-governador Belivaldo Chagas sepulta de vez a ideia de vestir o pijama e abandonar a vida política.
Quando acossado por jornalistas, Galeguinho não verbaliza diretamente, mas é difícil se colocar em seu lugar e não fazer a leitura que ele pensa em ser pré-candidato à Prefeitura de Aracaju, em 2024. Se brincar, até já tem alguns projetos em mente. E é preciso muita má vontade para lhe tirar a razão.
Começa pelo fato de Belivaldo ser um político e ter saúde e idade que lhes permitem não lagar a labuta, neste momento. Tem muita lenha para queimar; Deus o abençoe.
Em tais condições, a Prefeitura de Aracaju parece o desafio perfeito para quem, recentemente, deixou o Governo do Estado. Aliás, contrariando adversários e os “nunca satisfeitos”, observe-se, que Belivaldo pegou uma casa bagunçada e colocou ordem. Evidente que cometeu erros. Mas, na média, fez uma boa gestão em tempos difíceis.
Belivaldo, contudo, do mesmo jeito que tem consciência do seu preparo e experiência para servir a Aracaju, sabe que a disputa interna é grande. Não faltam nomes e desejos. E, sinceramente, não vejo como uma pré-candidatura – dele ou de outro nome – exitosa sem unificar o bloco.
Cabe a Galeguinho, portanto, construir a sua pré-candidatura internamente. Convencer, sobretudo, o prefeito Edvaldo Nogueira, que liderará o processo por questões óbvias, que é o melhor nome para tentar dar sequencia à sua boa gestão.
Belivaldo teria ainda, todavia, que não descuidar da questão política. É natural Edvaldo ser pré-candidato a senador, em 2026. Embora não externe isso, no momento, nas entrelinhas, ele não esconde o desejo. Ou seja, o Galeguinho teria que persuadir Edvaldo. Assegurar que estaria fechado nesta ideia também – e que merece a sua confiança.
Uma vez se afine com Edvaldo, creio que o governador Fábio Mitidieri não seria um problema. Fora a boa relação e o fator PSD, o gesto de Belivaldo na escolha do então candidato do bloco a governador, em 2022, certamente, pesaria.
Sem falar que Belivaldo teve todas as possibilidades de deixar o governo nas mãos de Eliane Aquino para disputar o Senado numa aliança com o PT, mas optou por fortalecer Fábio Mitidieri. Logo, Galeguinho plantou as sementes; se colherá os frutos, só tempo pode responder com a devida precisão.