Legislativo diz que falta de transparência em suas operações e pode retirar folha do banco
A Câmara de Vereadores de Aracaju vai interpelar judicialmente o Banco do Estado de Sergipe (Banese) por falta de transparência em suas operações e também não descarta a possibilidade de retirar a folha de pagamento da instituição. De acordo com o presidente da Casa, Vinícius Porto (DEM) há dois meses foi aprovado requerimento, de sua autoria, o qual solicita ao banco que torne públicas informações sobre financiamentos e patrocínios feitos no período de 2011 a 2013. “Até o momento não houve nenhuma resposta do Banese sobre o assunto, o que demonstra o total descaso e falta de respeito com a Câmara”, enfatiza Vinícius.
O requerimento aprovado em 19 de setembro deste ano e assinado por 15 dos 24 vereadores solicita do Banese informações referentes ao total de empréstimos consignados de janeiro de 2011 a agosto deste ano. O requerimento também pede de forma detalhada quais os eventos patrocinados pelo banco neste mesmo período, especificando datas, os valores, locais, os responsáveis pelos eventos e o tipo de evento.
“O que solicitei foi o detalhamento desses negócios. Saber de que forma os recursos estão sendo investidos, os riscos das operações. Queremos ter acesso a informações, mas o Banese demonstra não ser transparente”. É o que lamenta o presidente Vinícius Porto ao destacar que a Câmara de Vereadores de Aracaju também é cliente do Banco e por esse motivo não pode se destratada da forma como está sendo. “Por diversas vezes tentei contato com a presidente do Banco, Vera Lúcia de Oliveira e ainda com a diretoria, mas o silêncio foi a resposta”, lamenta ele.
Diante da situação, Vinícius Porto afirma que estuda a possibilidade de retirar a conta da CMA do Banese. “Não descarto retirar a folha de pagamento dessa instituição financeira por conta da arrogância da presidência do Banco e da sua tentativa de desqualificar a Casa do Povo composta por 24 vereadores eleitos pela vontade do povo”, disse ele.
Segundo Vinícius Porto o objetivo de conhecer de forma detalhada algumas operações do Banese tem como objetivo mostrar que o Banco está bem financeiramente. “Desde que a Prefeitura de Aracaju anunciou a retirada da folha de pagamento da instituição, a presidência do Banese vem declarando que a saída da conta vai causar enormes impactos a instituição, o que é uma inverdade”, garante Vinícius ao reforçar que o prefeito, João Alves Filho não tem nenhuma intenção de enfraquecer o Banese, mas, encontrar uma forma de pagar as dívidas deixadas pela gestão passada.
Entenda o caso
No dia 12 de setembro a Prefeitura de Aracaju anunciou que faria a licitação da Folha de Pagamento dos servidores para que um novo banco pudesse gerenciar a folha, o objetivo é que a PMA tivesse uma nova fonte de renda, o valor mínimo estava estipulado em R$ 40 milhões, com contrato inicial de cinco anos podendo ser prorrogado, e de acordo com o primeiro edital a licitação iria acontecer dia 7 de outubro.
Mas no dia 24 de setembro, o Sindicato dos Bancários entrou com uma ação para impedir que a licitação acontecesse alegando a existência de vícios no edital, mas a decisão da juíza Simone Fraga, da 3ª Vara Cível, se posicionou favorável a defesa da PGM, mantendo a realização da licitação, que ocorreria dia 21 de outubro. Já no dia 17 do mês passado, a juíza, Iolanda Santos Guimarães convocada para atuar como desembargadora substituta do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE), decidiu pela suspensão da licitação da Folha de Pagamento, que aconteceria no dia 21 de outubro. A decisão ocorreu porque o Sindicato dos Bancários recorreu da liminar dada pela juíza da 3ª vara cível em favor da PMA.