Também lutam por PLR de três salários mais R$ 5.553,15, defesa do emprego, fim da terceirização e melhores condições de trabalho
Por Joedson Telles
Diretora do Sindicato dos Bancários de Sergipe, a ex-secretária adjunta da Secretaria da Mulher do Governo Marcelo Déda, Ivânia Pereira, concedeu entrevista ao Blog do Joedson Telles e, entre outros assuntos, falou de mais uma campanha salarial que colocará banqueiros x bancários em mais uma luta de classes, nos próximos dias. “Este ano, nossa minuta de reivindicação tem como eixos centrais o reajuste de 11,93% (inflação projetada do período mais aumento real de 5%), elevação do piso salarial para R$ 2.860,21, PLR de três salários mais R$ 5.553,15, defesa do emprego, fim da terceirização e melhores condições de trabalho”, diz Ivânia.
Qual é o mote da Campanha Salarial dos Bancários 2013/2014?
Ousadia, unidade e mobilização. Vamos fazer uma campanha alegre e lúdica. E para além das ferramentas já testadas pelo movimento sindical classista como as assembleias, faixas, teatro de rua, a produção de matérias para imprensa, etc, esta campanha também se inspira nos protestos de junho que sacudiram o País e contribuíram para melhorar a comunicação com a sociedade.
E como está o processo de negociação da campanha nacionalmente com a Fenaban?
O pontapé do processo das rodadas de negociações entre Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) e o Comando Nacional dos Bancários foi iniciado com a entrega da minuta de reivindicações dos bancários, no dia 30 de julho. Agora, a nossa grande expectativa são os avanços dos primeiros debates dessa Mesa de Negociação que está marcada para hoje, dia 8 e dia 9. O Comando dos Bancários está unido e fortalecido com o resultado das assembleias realizadas em todo o País e da Conferência Nacional. Para além de referendar a minuta, as assembleias cumpriu o papel de também ir mobilizando a categoria para os possíveis enfrentamentos.
Como funciona o Comando Nacional dos Bancários durante a campanha salarial?
O Comando Nacional é formado por cerca de 30 representantes das federações e dos sindicatos de bancários. A tarefa do Comando Nacional é permanecer em vigília e mobilizar as federações e sindicatos. Durante o ano, o Comando Nacional quem acompanha e divulga o cumprimento das cláusulas vigentes da Convenção Coletiva do Trabalho (CCT). Nos casos de descumprimentos desses acordos, o Comando faz interlocução com a Fenanban. Nos casos de cláusulas específicas, faz a negociação com as direções dos bancos correspondentes. Essas interlocuções ajudam a fortalecer os debates da campanha salarial em pauta.
Quais os eixos centrais da Campanha Nacional dos Bancários 2013/2014?
Este ano, nossa minuta de reivindicação tem como eixos centrais o reajuste de 11,93% (inflação projetada do período mais aumento real de 5%), elevação do piso salarial para R$ 2.860,21, PLR de três salários mais R$ 5.553,15, defesa do emprego, fim da terceirização e melhores condições de trabalho.
Na Mesa de Negociação, como serão debatidos essa variedade de temas da campanha salarial?
Assim que todos os sindicatos e federações da categoria aprovam a minuta, na Conferência Nacional , o Comando Nacional se reúne para organizar as estratégias da mesa e a CONTRAF agenda o dia da entrega aos banqueiros: Fenabam e os representantes dos bancos públicos federais. No primeiro bloco de reivindicações serão debatidos as condições de trabalho, que envolvem questões da saúde do trabalhador, fim das metas e do assédio moral, e segurança bancária.
E quanto às pautas específicas dos bancos federais e dos privados? Como serão negociadas?
As cláusulas/minuta para a categoria como um todo é fechada com uma mesa unificada com Fenaban e as direções dos bancos públicos. As pautas dos bancos privados e estaduais são acordadas diretamente com a Fenaban. Já as pautas específicas são tratadas com as direções de cada banco.
Quando começa o calendário com os bancos públicos?
A primeira negociação da pauta específica com a Caixa Econômica Federal acontece nesta sexta-feira, dia 9. Com o Banco do Brasil, a primeira rodada foi marcada para o dia 14. Em ambas, o tema inicial será igualmente saúde e condições de trabalho. As demais pautas serão definidas nesta primeira rodada da agenda de discussão.
Como os bancários nacionalmente definem os temas, ideias e pautas de reivindicação dos bancários para uma campanha salarial?
Nos meses de maio, os bancários nacionalmente começam a se reunir e organizar a definição da pauta de reivindicações. Nos últimos quatro anos, a participação da base nas decisões dos temas da campanha salarial foi ampliada com a pesquisa de nominada Consulta Nacional dos Bancários. No local de trabalho, os bancários foram consultados este ano sobre cinco grandes temas prioritários: emprego, reestruturação do sistema financeiro, remuneração, condições de trabalho e estratégia de campanha, de negociação e de mobilização. A consulta oportunizou a manifestação inclusive daqueles que têm dificuldades para frequentar assembleias da categoria.