Em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados, Valadares Filho (PSB-SE), mostrou preocupação nos índices apresentados pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que divulgou para o Congresso os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo o Caged, o mercado formal de trabalho brasileiro em fevereiro registrou um declínio de 0,01% em relação ao estoque do mês anterior, com redução de 2.415 postos de trabalho formais.
Para o deputado, apesar da redução dos números entre os dois meses, é preciso ter muita atenção. “O desemprego em janeiro já havia nos dado um grande susto, quando registrou mais de 81 mil pessoas demitidas. Mas o mês de janeiro é diferente porque as empresas fazem ajustes em seus quadros de funcionários, principalmente dos trabalhadores temporários contratados para atenderem ao aumento das vendas no final do ano”, explica.
O parlamentar mostra preocupação com a crise econômica instalada no país que pode estar afetando o setor de emprego. “Até pouco tempo, o setor do desemprego que ocorria no setor industrial vinha sendo compensado pelo dinamismo do comércio, impulsionado, como se sabe, pelo aumento da renda dos trabalhadores e, em particular, pelo surgimento da chamada nova classe média”.
A preocupação ocorre por conta dos setores onde mais ocorreram demissões em fevereiro: no comércio mais de 30 mil funcionários perderam seus empregos; no setor de serviços (transporte, escolas e bancos) cortaram mais de 78 mil trabalhadores; e na construção civil, foram 25 mil e oitocentas demissões.
A região Nordeste é a mais prejudicada, mais de 27 mil demissões do total apresentado pelo ministro do Trabalho e Emprego. “Eu senti falta na fala do senhor ministro uma palavra de esperança que sinalizasse intenção do governo em adotar medidas compensatórias para oferecer aos desempregados condições mínimas de sobrevivência que os permitam atravessar esse período tão difícil”, lamenta o deputado.
Ao final do pronunciamento, Valadares Filho fez uma cobrança aos colegas da Casa. “O momento exige a atenção de todos nós, parlamentares, que logo iremos debater as medidas de ajuste fiscal do governo. Essas medidas implicam diretamente nos altos custos da folha de pagamento de inúmeras empresas e mudam as regras do seguro desemprego”.