Leia nota na íntegra
Em reunião informal realizada na última segunda-feira, dia 15/02, dirigentes e militantes das tendências internas do Partido dos Trabalhadores em Sergipe, após um longo debate sobre a conjuntura política nacional e local, propõem ao debate partidário, de forma unânime:
- a) que o PT deve participar da disputa majoritária nas eleições deste ano em Aracaju;
- b) que será indicado ao conjunto da militância petista e da sociedade o nome da companheira Eliane Aquino para representar o partido nessa disputa.
- c) que a direção municipal do PT Aracaju deve aprovar um calendário oficial de debates com a militância e de definição da tática eleitoral.
A Articulação de Esquerda participou da referida reunião com as demais tendências e tem acordo com as três sugestões de encaminhamento, mas apresenta aqui, de forma detalhada, as suas opiniões sobre o conjunto do processo eleitoral de Aracaju 2016.
Passados os três primeiros anos da gestão João Alves Filho (DEM) na Prefeitura Municipal de Aracaju, evidencia-se que está em curso um projeto neoliberal perigoso para o presente e o futuro da capital sergipana. De forma sintética, esse projeto se caracteriza pela privatização ou sucateamento de serviços públicos essenciais; desvalorização dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público, inclusive com o não-pagamento de salários; penalização dos cidadãos e cidadãs, a partir do aumento ou criação de taxas e impostos, a exemplo do reajuste abusivo do IPTU e a contribuição da iluminação pública; ausência de diálogo com a sociedade; e pela criminalização e forte repressão de mobilizações populares.
Como resultado dessa política, o governo João Alves é marcado por um agudo descontentamento da população aracajuana, afinal a sua gestão está muito distante do que foi prometido na campanha eleitoral. O slogan “João é a solução” parece ter sido abandonado logo após o resultado que confirmou a sua vitória para o Executivo Municipal, afinal todos os problemas que Aracaju já vivia foram aprofundados e novos problemas apareceram.
Para nós, o PT tem um legado e um histórico à frente de Aracaju que necessitam ser resgatados e reivindicados, retomando a construção do projeto democrático e popular, com capacidade técnica e força política necessárias para voltar a administrar a cidade e inverter as prioridades sociais.
Por isso, cabe ao PT – que, com a liderança do companheiro Marcelo Déda, administrou Aracaju por seis anos e dirigiu a construção de um projeto democrático e popular que conferiu à capital sergipana índices de desenvolvimento e crescimento não vistos anteriormente – exercer papel protagonista nas eleições de outubro deste ano.
Nossa defesa de que o PT deve ter candidatura própria ao Executivo de Aracaju foi expressa inicialmente no documento “Aracaju merece uma alternativa democrática e popular”, publicado em 19 de setembro de 2015.
Naquele momento, inclusive, apresentamos ao conjunto do PT e da sociedade o nome da companheira Ana Lúcia, deputada estadual e militante petista histórica, para nos representar na disputa eleitoral.
Porém, em debates internos e em diálogo com membros das direções estadual e nacional do PT verificamos que as pré-condições apresentadas para a consolidação da candidatura de Ana Lúcia não seriam garantidas.
Pretendíamos com a candidatura de Ana Lúcia realizar uma campanha militante, sem recursos empresariais. Uma campanha que apresentasse um programa democrático e popular, mediante a deflagração de um processo constituinte municipal. Uma candidata e uma campanha resultados de uma aliança democrática com o povo de Aracaju. Mas, sem a garantia dessas pré-condições e devido a questões de saúde da companheira Ana Lúcia decidimos pela retirada da sua pré-candidatura.
Aproveitamos a oportunidade desta Nota Pública para agradecer todas as manifestações de apoio e solidariedade que obtivemos desde o lançamento da pré-candidatura de Ana Lúcia. Essa energia militante deve ser agora canalizada para a construção de outra forte pré-candidatura petista para disputar a prefeitura de Aracaju em 2016.
Nesse novo contexto, e após a reunião da última segunda-feira, a Direção Estadual da Articulação de Esquerda reafirma a sua posição: o Partido dos Trabalhadores deve ter candidatura própria à Prefeitura de Aracaju, sendo, para nós, a companheira Eliane Aquino o nome que pode unificar o partido, tendo condições objetivas de garantir uma vitória petista na capital sergipana, a partir de uma aliança estratégica e franca com os movimentos sociais, populares, sindicais, culturais e de juventude.
Direção Estadual da tendência petista Articulação de Esquerda/SE