Zezinho não descarta disputa e não garante estar no mesmo palanque que Belivaldo
Por Joedson Telles
O deputado estadual Zezinho Sobral (Podemos) deixa evidente que, se for a vontade do partido, não se furtará lançar-se pré-candidato a prefeito de Aracaju, nas eleições 2020. “Isso precisa ser estudado, mas eu, como político, não posso me negar a nenhuma atitude que o partido me cobre, ainda mais sendo presidente do partido. Estou disposto a fazer política. Quando eu vim fazer política não foi para me omitir”, diz o deputado.
De acordo com Zezinho, o Podemos ainda está avaliando todas as possibilidades de participação nas eleições de Aracaju, para tomar uma decisão. “Em apoiar candidatos que possam comungar com nossos pensamentos de eficiência, de renovação, de ética. Como também em ter candidatura do Podemos e de outros partidos. Formar bases e coligações e dialogar nesse sentido. O momento é de diálogo. Aquele que se isola e não conversa não tem solução política. Tivemos aqui um coordenador do Podemos no Nordeste, um membro da Executiva Nacional, querendo saber como está o Podemos aqui, incentivando a participação do partido na capital e nos municípios”, disse.
Zezinho vê o Podemos, hoje, se estruturando e com capacidade de contribuir para o bem de Sergipe. Entende o deputado que a política exige renovação, oxigenação, novas propostas, novas visões, novos métodos. “Não digo que seja uma pessoa nova, mas uma prioridade nova. Uma visão ampliada. Não podemos ter uma visão restrita. Temos uma capital com muitas obras, muitas emendas. Mas a empregabilidade para nossos jovens? E a questão da saúde, das consultas, dos exames de imagens? Como estão nossas escolas municipais em relação ao Ideb? O público aracajuano está pagando escola particular porque não confia na escola pública? Eu acho que a política precisa ampliar fortemente os seus discursos”.
Palanque que estiver Belivaldo
Sobre a possibilidade de estar, necessariamente, no mesmo palanque que o governador Belivaldo Chagas estiver, em Aracaju, onde o chefe do Poder Executivo já definiu pela pré-candidatura do prefeito Edvaldo Nogueira, o parlamentar disse que o governador, na capital e outros municípios, se define politicamente, e considera isso muito importante. Entretanto, Zezinho lembra que aqueles que acompanham Belivaldo na sua base têm diversas opções.
“Temos deputado do PT que vota com ele, mas o PT tem candidato em Aracaju. O governador sabe que eu sou presidente de uma agremiação, sabe de minha lealdade e fidelidade. Não tomarei uma posição partidária divergente da dele sem o comunicar antes. Mas estudar, definir e avaliar é também minha obrigação como dirigente partidário – e como membro atuante da política. Afinal de contas, estou no meu segundo ano na política e devo isso aos meus eleitores. Isso não me desassocia e não coloca em xeque minha relação com o governador Belivaldo. Ele não é o candidato”.
Zezinho lembrou ainda que há diversos municípios onde existem relações políticas. “No meu município de origem, eu tenho candidato. Questões locais de município, a gente entende que é possível. Aqui na capital, vamos ter essa divergência. Metade do governo vai estar com uma candidatura e outra metade vai estar com outra a princípio. Pode ter uma terceira ou quarta via. Isso ainda está embrionário”, explicou.
Coronavírus
Ex-secretário de Estado da Saúde, Zezinho Sobral entende ser preciso, sim, se preocupar com o coronavírus, mas observa que as epidemias de dengue e de sarampo, por exemplo, têm matado muito mais. O deputado vai além e salienta que a fome é uma doença curável, mas mata uma criança cada cinco segundos na África. “Acho que temos que nos preocupar com o coronavírus, mas temos que nos preocupar como o vírus da fome, da não assistência. Devemos ter cuidado, precaução, mas não vejo, até esse momento, motivos para desespero”, disse.
De acordo com Zezinho, há mais de 350 crianças, por ano, vítimas da sífilis congênita – doença que pode ser tratada com três injeções de penicilina. “Acho que a gente precisa cuidar dessas epidemias também. Coronavírus é preocupante, mas não é o foco do Brasil. Eu acho que a gente precisa humanizar um pouco nossos pensamentos e ficará atento às ‘fake news’. A gente não pode estar aberto a tanta influência do coronavírus. E as crianças que morrem de fome a cada cinco segundos? Essa questão precisa ser vista sobre essa visão. A saúde pública exige muito mais de todos nós”, finalizou o deputado.