Por Joedson Telles
Após a manifestação do governador Marcelo Déda (PT), que tentou pelo Twitter restabelecer a harmonia dentro do PT de Sergipe, apontando uma candidatura de Silvio Santos a presidente como o ponto chave, o Blog do Joedson Telles procurou o secretário de Estado da Casa Civil para comentar as postagens. Silvio concorda com o governador. Entretanto, condiciona sua volta à disputa. “A minha volta só acontecerá se Márcio e Rogério entenderem que meu nome é capaz de unificar e fazer a transição como sugere Déda”, diz.
As declarações do governador Marcelo Déda serão consideradas ou sua saída do processo foi definitiva?
Eu retirei minha candidatura para que o nosso campo buscasse a unidade. Buscasse um outro nome que pudesse unificar nosso bloco. Nisso eu tenho acordo com o governador Déda. Acho fundamental a unidade do chamado campo majoritário do PT para a disputa do PED. Temo que aconteça uma disputa que nos fragilize. Que nos divida. Já vivemos algo parecido num passado recente, no início dos anos 90, que nos dividiu e não foi bom para o PT. Claro que, se os líderes do nosso campo refletirem as preocupações levantadas por Déda e o meu nome simbolizar esse consenso, estarei à disposição. Seria incoerência minha não aceitar.
Pelas palavras de Déda no Twitter, ele teme um desgaste para a legenda em se acirrando a disputa Rogério x Márcio?
Esse é um temor que todos nós temos. Repito: isso já aconteceu no passado e foi muito ruim para o PT. Um bloco apontava numa direção, o outro não se sentia representado e apontava para o outro lado. Isso não é bom para ninguém. Não estou dizendo que isso vai acontecer agora numa disputa entre Márcio e Rogério. Mas, que teremos uma disputa acirrada com uma forte dose de nitroglicerina, me parece que sim. Se pudermos não correr esse risco…
Aliás, a militância e diretórios municipais pediram sua volta ao comando do PT, motivando a sua candidatura, antes de recuar… Isso também pode motivá-lo a voltar à disputa?
Eu tenho plena consciência do apoio que tenho nas bases do meu partido. Sou muito grato a esse apoio que é pura generosidade e companheirismo. Mas, nessa conjuntura, a única coisa que pode motivar minha volta é sendo o nome da unidade do campo majoritário. Não me disponho a disputar no campo que atuo.
Em voltando à disputa, tentará convencer Rogério, Márcio e até a Articulação de Esquerda para unificar a sua candidatura?
A minha volta só acontecerá se Márcio e Rogério entenderem que meu nome é capaz de unificar e fazer a transição como sugere Déda. Portanto, esse convencimento não passa pelo meu apelo, mas sim, pelo apelo do governador Marcelo Déda. Quanto à Articulação de Esquerda, essa não faz parte do campo majoritário e a disputa com eles se dá de forma mais ideológica e não compromete a unidade do partido.