A tecnologia tem sido uma importante aliada no combate à violência doméstica na capital sergipana. Com o SOS Maria da Penha, aplicativo lançado pela Prefeitura de Aracaju no dia 8 de março deste ano, as mulheres passaram a contar com uma nova plataforma para obter ajuda da rede de apoio em caso de situação de risco, sobretudo aquelas assistidas pela Patrulha Maria da Penha (PMP), grupamento da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), órgão que integra a Secretaria Municipal da Defesa Social e Cidadania (Semdec).
O aplicativo está disponível para os sistemas IOS e Android, e somente mulheres podem realizar o cadastro. A coordenadora da PMP, supervisora Vileanne Brito, explica que a ferramenta tecnológica é bastante segura e a finalização do cadastro passa por etapas de validação, integradas com a Receita Federal. Até o momento, o aplicativo já teve 5.730 downloads e 2.833 cadastros. O Estado de Sergipe ocupa a terceira colocação no número de mulheres cadastradas, com um total de 381, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, com 399 cadastros, e São Paulo, com 851.
Ao se cadastrar, a mulher registra os dados de três guardiões, que são pessoas de sua confiança que poderão auxiliar em algum momento de perigo. “É uma ferramenta nova com utilidade para todas as mulheres, que podem cadastrar seus guardiões, e em caso de alguma ocorrência, se o agressor se aproximar dela, ou se ela estiver se sentindo em perigo, é só apertar o botão SOS Maria da Penha no aplicativo, e pedir o apoio a essas pessoas, que vão saber com exatidão a localização dela”, descreve Vileanne Brito.
A ferramenta representa um importante avanço na luta contra a violência doméstica, principalmente porque muitas mulheres têm medida protetiva contra alguém, mas nem todas possuem o acompanhamento da Patrulha Maria da Penha. Ao baixar o aplicativo e se cadastrar, ela sabe que em um momento de necessidade não estará sozinha e poderá acionar a ajuda da sua rede de apoio, os guardiões, que além de saberem a localização da mulher, podendo se dirigir ao local, também poderão acionar a polícia.
“Ao estar em perigo, ela aciona o botão e em poucos segundos é disparada uma mensagem para os seus guardiões, e eles vão saber com precisão o lugar onde a mulher está. Eles poderão acionar a polícia e também vão se deslocar para onde ela estiver para prestar socorro. Já as mulheres que são assistidas pela Patrulha Maria da Penha, quando apertam esse botão, quem vai ao seu encontro é a própria Patrulha. Elas também podem ver, em tempo real, a localização da viatura que está indo ao seu encontro”, disse a supervisora Vileanne Brito.
Segundo a coordenadora, atualmente 42 mulheres são assistidas pela PMP. Ela conta ainda que, para atestar a eficiência da ferramenta, foi realizada uma simulação com uma mulher assistida pela Patrulha, que comprovou a agilidade do serviço.
Mais segurança
Além do objetivo principal, que é a prestação do socorro, o aplicativo também conta com podcasts, informações da rede de apoio, entre outras funcionalidades. Tudo isso demonstra o quanto a ferramenta digital tem sido de fundamental importância para passar a sensação de segurança às mulheres cadastradas, como é o caso da técnica de enfermagem J.M.A.G., de 30 anos. “Acho que dá mais praticidade. Em vez de pegar o telefone para ligar, que demora mais, é só acionar o aplicativo, de maneira muito mais rápida. Traz mais segurança para mim e para os que estão à minha volta”, declarou.
A coordenadora Vileanne Brito destaca que o aplicativo “é mais uma vitória que a mulher aracajuana teve para o combate à violência doméstica”. “Com esse aplicativo a mulher passou a ter um instrumento para que, em momento de perigo, consiga apoio. E é também uma vitória para nós, que trabalhamos, que passamos a ter uma forma mais moderna e segura de exercer a nossa função, pois ao sermos acionados, já saberemos o local exato onde a mulher está. Muitas mulheres vão deixar de morrer por falta de assistência”, afirmou.
Foto: Marcelle Cristinne/PMA
