Por Joedson Telles
Antes de saborear peixes e ovos de páscoa, é sempre bom meditar em um dos textos bíblicos de Jesus Cristo alusivos aos acontecimentos que passariam a ser conhecidos como semana santa. A Bíblia é o caminho para se entender, de fato, qual o sentido desta época tão importante na vida de qualquer pessoa que se diz cristã.
“É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia. E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? (Lucas 9:22-25).
É comum, sobretudo nesta época, ouvirmos de pregadores que Jesus Cristo, ao ser crucificado, levou todo o pecado da humanidade. Salvou a todos do inferno ou algo neste sentido. Cristão que é cristão tem isso em mente. Apesar de ser este o caminho, de fato Jesus veio ao mundo para salvá-lo, não deixa de ser um raciocínio perigoso.
Não falta pregador que solte estas palavras preciosas ao ar livre para transpor ouvidos alheios sem as devidas explicações. E, evidentemente, são inúmeros os exemplos de pessoas que nutrem a falsa informação que tudo está resolvido, e ponto final. Que Jesus levou os pecados da humanidade e o céu é questão de tempo – independente da vida que se leve deste dia em diante.
Isso fica evidente, por exemplo, quando vamos a um velório, a um sepultamento. Não são poucas as pessoas que, ao tentarem consolar os parentes do falecido, argumentam que a pessoa morta está com Deus, no céu. Esta é a fé vivida mediante o que escutou de algum pregador. Mas o julgamento pertence ao Senhor.
À luz da Bíblia, e só a palavra de Deus, e não discurso de homem, contem a verdade, fica evidente que a crucificação de Jesus foi a forma escolhida por Deus para salvar o mundo. Acreditar que Jesus lavou os nossos pecados com o seu próprio sangue é o primeiro passo. Todavia joga por terra essa sacrifício ímpar na história da humanidade quem apenas acredita nisso. É preciso ir mais fundo.
Ao ser crucificado por amor ao mundo, Jesus valeu-se de um divisor de águas. Apostou que todos, na fé, passaríamos a viver de acordo com os ensinamentos de Deus contidos na Bíblia. Essa foi a missão do salvador. E aí está a salvação: na conversão. E não apenas no fato de acreditar na sua passagem pela terra. Levantar a mão e aceitar Jesus não resolve, se não houver os próximos passos inerentes ao cristão.
A salvação só é automática na cresça da crucificação de Jesus – como soa nas pregações secas de certos padres e pastores – se a pessoa aceitar Jesus de coração e morrer em seguida. Como o famoso caso do “bom ladrão” na cruz ao lado de Jesus. Caso contrário, é preciso o cristão ter em mente que tem que conquistar a salvação a cada segundo de vida. E não sem problemas, tribulações, provações…
Jesus alertou sobre essa luta espiritual que todo cristão comprou com o inimigo. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). Portanto, nada de vida fácil nesta história de pecados levados por Jesus na crucificação. Vivamos a guerra espiritual na certeza que Deus prepara o melhor para aqueles que persistem na fé coerentes com o Seu evangelho. “É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou {Is 64,4}, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Coríntios 2:9).
Deus no comando.