Por Joedson Telles
“O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio” – Salmo 91: 1,2 (ARA).
Juntamente com o salmo 23, o 91 é um instrumento de confiança em Deus, até mesmo na vida de quem não é um verdadeiro cristão. Aliás, o cristão, por fazer uso de toda a Escritura, recorre menos ao salmo 91 do que muita gente que só conhece essa passagem bíblica.
Há todo um sentido. Num mundo onde o sofrimento, a maldade e outros problemas estão por todas as partes – são heranças do pecado cometido pelos nossos pais, Adão e Eva -, encontrar o abrigo seguro do Senhor grita ser o objetivo principal de qualquer pessoa.
Sem a graça de Deus, qualquer um perece. Só Nele há a verdadeira proteção. “Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo” (v. 3,4).
Este salmo registra também um resumo do que a mente do crente precisa gravar em meio ao caos do mundo: “Caiam mil ao teu lado, e 10 mil, à tua direita; tu não serás atingido” (v. 7). A fé nas promessas de Deus e a confiança total que a Bíblia é a Sua Palavra têm o poder de materializar esta frase.
Entretanto, há um detalhe importante no salmo 91 que, muitas vezes, pode passar despercebido aos olhos açodados daqueles que buscam a graça de Deus, sem almejar com a mesma intensidade o próprio Deus: há imperiosa necessidade de uma vida santificada (separada para Deus; fugindo do pecado). Uma verdadeira comunhão com o criador. Adoração em espírito e em verdade.
“Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome” (v. 14). O salmista tem a intimidade com Deus que todo crente tem.
Comentando este versículo, a propósito, o teólogo e reformador francês, João Calvino (1509-1564), sustenta que “ninguém pode buscá-lo sinceramente senão aqueles que têm apreendido as promessas (que estão nas Escrituras) e dão a devida honra ao seu nome”.
O versículo 14, portanto, parece que precisa ser visto como o coração do salmo 91. Apegar-se a Deus com amor é entender que Ele é santo, glorioso, amor, bondade, perfeição… e se revelou através do Deus filho, Jesus Cristo. É valorizar isso, sendo grato pela obra de redenção e outras bênçãos, amando-o também.