Após o vice-presidente do PSDB, o advogado Antônio Monteiro, ter ventilado que o partido caminha firme para apoiar uma possível candidatura do senador Eduardo Amorim (PSC) ao governo do Estado, o secretário geral tucano, o vice-prefeito José Carlos Machado, bateu o pé e disse ao Blog do Joedson Telles que Antônio não fala pelo partido. Pelo menos sem antes afinar o discurso com os demais integrantes. Pois bem. Numa espécie de réplica, Antônio Neto não apenas ratifica o sentimento pela candidatura de Eduardo, como também jura na cruz ser uma determinação da Executiva Nacional do PSDB. Antônio, o Neto, ainda explica porque usou o termo traição, ao referir-se à possibilidade de o prefeito João Alves Filho (DEM) deixar a PMA e disputar o governo, em 2014. E alfineta adversários. “O apego ao poder é a pior das aflições”, diz sobre as críticas que governistas pipocam ao redor do senador Eduardo. A entrevista:
Há um acordo dentro do PSDB para apoiar uma possível candidatura do senador Eduardo Amorim ao governo do Estado ou os tucanos podem estar em outro palanque?
Estou na vice-presidência do partido por uma indicação da Executiva Nacional, justamente, para estreitar os laços com o grupo liderado pelo senador Eduardo, como bem acordado com o então secretário-geral da Executiva Nacional, deputado Rodrigo de Castro (MG).
Houve falta de sintonia entre o senhor e o vice-prefeito, José Carlos Machado, ou um mal entendido?
Repito: simplesmente confirmei o que ouvi uma centena de vezes do secretário-geral do partido em dizer que o caminho natural, em Sergipe, é acompanhar o senador Eduardo. Ou seja, não houve nenhum mal entendido. Falo com a Nacional frequentemente. No mais, sou jovem, sim, mas exijo respeito da mesma forma que tenho para com ele (Machado).
O senhor ficou surpreso com as declarações de Machado?
Muito! Deu a entender que não estamos no mesmo caminho, uma vez que as minhas declarações estão em sintonia com a da Nacional.
O que o senhor quis dizer, na verdade, quando usou o termo traição, ao comentar a possibilidade de o prefeito João Alves ser candidato ao governo?
Quis dizer que a eleição do prefeito João Alves gerou muita expectativa por parte da população, que estava insatisfeita com o modelo administrativo que estava à frente da prefeitura, ao longo desses 30 anos. Por tabela, isso gerou uma responsabilidade tanto para o prefeito, como para todos nós que defendemos essa eleição, de cumprir com a nova ordem que foi proposta, e começar essa gestão de tamanha responsabilidade já pensando em abdicá-la por uma nova responsabilidade é algo que não somente eu e boa parte da população, mas o prefeito João Alves não quer. Tanto que ele enfatiza que sobre 2014 ele é candidato a ser o melhor prefeito que Aracaju já teve.
Caso o senhor seja voz vencida e o PSDB não esteja com Eduardo Amorim em 2014, existe a possibilidade de uma mudança de legenda?
Não existe a possibilidade de eu não estar ao lado do senador Amorim. Aprendi, desde cedo, que na política e na vida precisamos ter lado e palavra.
Há quem diga que o senhor poderá disputar a eleição para a Câmara Federal pelo PTB, partido do grupo liderado por Eduardo Amorim. Verdade?
Vamos aguardar as definições que o tempo e as conversas trarão.
Como o senhor avalia as críticas que o senador Eduardo Amorim vem recebendo por partes de aliados do governo?
Manifestam o desespero e o destempero vindos de um governo sem rumo. O apego ao poder é a pior das aflições.
Na esfera nacional, o senhor defende uma candidatura própria do PSDB. Mas em não havendo possibilidade, o caminho pode ser o palanque de Eduardo Campos?
Acredito que não há a menor possibilidade de não termos candidato a presidência. Afinal, somos a melhor alternativa ao que está aí, pelo nosso histórico de coerência de sempre sermos oposição ao governo Dilma/Lula, bem como pela elevada capacidade de nossos quadros além de sermos o único partido que empreendeu verdadeiras reformas para a melhoria sustentável da qualidade de vida dos Brasileiros.